Poupança das famílias voltou a descer no fim de 2016

Taxa passou a equivaler 4,4% do rendimento disponível no quarto trimestre.

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Consumo das famílias aumentou e poupança encolheu. Fabio Augusto

A taxa de poupança das famílias em Portugal diminuiu ligeiramente nos últimos três meses do ano passado em relação ao trimestre anterior, equivalendo a 4,4% do rendimento disponível das famílias.

Segundo a estimativa divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de poupança desceu entre Outubro e Dezembro 0,2 pontos percentuais em relação aos três meses anteriores.

As despesas das famílias em consumo final aumentaram, mas como esse crescimento foi superior à subida do rendimento disponível houve um recuo na taxa de poupança. O INE aponta para um crescimento de 1% na despesa de consumo e para uma subida de 0,8% no rendimento disponível.

O aumento do rendimento, constata o instituto estatístico, deveu-se principalmente ao aumento das remunerações, sobretudo de salários pagos pelas empresas. Os salários representam menos de dois terços do rendimento disponível (64%).

Com esta evolução, a chamada “capacidade de financiamento” das famílias diminuiu – passando de 1,2% para 0,8% do PIB.

As baixas taxas de rentabilidade da quase totalidade das aplicações financeira sem risco, nomeadamente os depósitos bancários, são um dos factores a desincentivar a poupança das famílias. A taxa de juro média dos depósitos até um ano está perto de zero, fixando-se em 0,30% em Janeiro, menos dois pontos base face a Dezembro.

A evolução das taxas de juro nos empréstimos à habitação, especialmente os realizados antes de 2008 (com spread ou margem comercial do banco mais baixa), tem reduzido a despesa de uma percentagem muito significativa de famílias, mas boa parte dessa poupança à tem sido desviada para o consumo. As taxas Euribor, a que estão associados a larga maioria dos empréstimos à habitação, estão em valores negativos, com o prazo de seis meses a situar-se em - 0,24%.

As taxas de juro crédito ao consumo também têm vindo a descer e há maior disponibilidade das instituições financeiras em conceder novos empréstimos, um factor que concorre com a poupança. Com Rosa Soares

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