Portugueses viajaram mais em férias e menos para visitar a família

No último trimestre do ano, os residentes em Portugal fizeram 3,89 milhões de deslocações turísticas, uma redução de 3,6% face a 2012.

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Deslocações em Portugal caíram 4% Raquel Esperança

Entre Outubro e Dezembro, os portugueses fizeram 3,89 milhões de deslocações turísticas, uma descida de 3,6% em comparação com o mesmo período de 2012. E enquanto as viagens motivadas por lazer, recreio ou férias aumentaram na mesma proporção (3,6%), a visita a familiares ou amigos caiu 6,7%, indicam os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

Em 2013, esta perda de expressão das viagens para visitar a família só tinha ocorrido em Abril, mas devido a um desfasamento em relação aos dias de Páscoa. Contudo, este continua a ser o motivo com maior número de deslocações associadas – 2,3 milhões no quarto trimestre, ou seja, 61,1% do total. O lazer ou as férias representaram 25,9% das saídas (cerca de 1,1 milhões).

Cerca de 8,5% dos portugueses a residir no país fizeram, pelo menos, uma deslocação e, como é hábito, o mês de Dezembro “concentrou o maior peso de turistas entre a população residente”.

A queda global de 3,6% teve origem apenas nas deslocações no território nacional, que caíram 4% em comparação com o ano passado. Pelo contrário, os portugueses saíram mais para o estrangeiro nos últimos meses do ano (329 mil deslocações, um crescimento de 0,3%). Ainda assim, as viagens para fora de portas representam apenas 8,5% do total. Quase 45% destes percursos são motivados por visitas a familiares e amigos, enquanto o lazer vale 28% do total. Já as viagens de negócios representaram 25,9%.

A redução geral de viagens teve impactos na utilização de todos os meios de transporte. Os portugueses usam, sobretudo, o automóvel (82,8%), e o avião representou apenas 7,5% das deslocações (7,3% no quarto trimestre de 2012).  A maioria (78,7%) gasta apenas até três noites nestes percursos e 85,8% das deslocações turísticas ocorreram em “alojamento particular gratuito”. 

O ano de 2013 encerrou com bons resultados para o sector, mas muito graças aos turistas estrangeiros. Os hotéis receberam um total de 14,4 milhões de hóspedes, mais 4,2% do que em 2012, e registaram 41,7 milhões de dormidas (mais 5,2%). Ainda assim, este crescimento esteve ligeiramente abaixo da média registada pela Organização Mundial de Turismo na região do Sul da Europa e Mediterrâneo. As dormidas dos turistas nacionais (12,3 milhões) caíram 0,9% em comparação com 2012, o que se verificou em todas as regiões do país, à excepção do Norte (mais 1,5%) e da Madeira (mais 9%).

Os primeiros meses de 2014 parecem indicar uma alteração desta tendência. O ano arrancou com uma subida expressiva dos hóspedes nacionais nas unidades de alojamento na ordem dos 10% em Janeiro (face ao mesmo mês de 2013) e de 2% em Fevereiro. Um aumento que acompanha o ciclo iniciado no final do ano passado, em Novembro e Dezembro.

O sector conseguiu chegar ao final de 2013 com uma evolução positiva dos proveitos (mais 5,4% nas receitas totais e mais 6,4% nas de aposento), ao contrário do que sucedeu em 2012. As receitas turísticas, que incluem todos os bens e serviços adquiridos por não residentes durante a estadia, ascenderam a 9246,6 milhões de euros, um aumento de 7,5%.

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