Portugueses travam nos Certificados de Aforro e aceleram nos CTPM

Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) atraíram 1,282 milhões de euros em três meses, superando o valor acumulado dos Certificados de Aforro.

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Dinheiro retirado dos Certificados do Aforro mantém no Estado. Paulo Pimenta

Mais do que uma saída há uma troca de aplicações. A perda de rentabilidade dos Certificados de Aforro (CA) da Série B e C está a levar a um número de resgates elevados, boa parte deles reinvestidos no outro produto de poupança do Estado mais rentável, os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTMP), cujo saldo já totaliza 12.530 milhões de euros.

Desde Janeiro, os CA já viram sair 556 milhões de euros com apenas 149 milhões de euros de subscrições. O saldo do histórico produto de captação de poupanças das famílias portuguesas está agora em 12.467 milhões de euros, perdendo a liderança para os CTPM.

Como previa o próprio IGCP, a agência que gere a dívida pública, os CTPM estão a beneficiar com a perda de atractividade dos CA, tendo atraído 1.282 milhões de euros no trimestre. Em Março, registou 481 milhões de euros, o máximo do ano.

O fim dos prémios extraordinários, criados em 2012 e com data-limite de 31 de Dezembro de 2016, reduziu a taxa de juro bruta da série B de 3% para 2% . Na série C, caiu o prémio de 2,75%, mas o seu impacto na taxa final desde período depende do ano de subscrição e dos prémios entretanto acumulados.

O saldo da série C era, no final de Dezembro de 2016, de 4.005 milhões de euros, e a da Série era mais elevada, de 9.970 milhões de euros.

As duas séries foram encerradas - a B em 2008 e a C em 2015 -, existindo em aberto, ou seja, aceitando novas subscrições, a série D. A taxa de juro anual bruta da série D, para subscrições realizadas em Abril, em 0,671%.

Os CTPM, continuam a manter uma remuneração atractiva, com uma taxa progressiva que começa em 1,25% no primeiro ano até 3,25% no quinto ano, o que dá uma taxa média bruta de 2,25%.

Em recente entrevista ao PÚBLICO, Cristina Casalinho, presidente do IGCP, a agência que gere a dívida pública, já antevia a rotação de aplicações dos CA para os CTPM. Mas isso não choca com a estratégia de diversificação. “Até agora, verifica-se que [os investidores] saem dos Certificados de Aforro e entram nos CTPM. Não há uma saída, o que se verifica é uma rotação. E um dos contributos que aumentámos na última apresentação aos investidores foi o do retalho. É que, além das substituições da série C por CTPM, houve muitas entradas líquidas”, referiu.

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