Portugueses fizeram dez mil milhões de chamadas móveis em 2016

Os portugueses nunca falaram tanto no telemóvel como no ano passado, uma evolução que a Anacom explica com os novos tarifários com chamadas a “zero cêntimos”.

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Ricardo Silva / PUBLICO

Em 2016 realizaram-se dez mil milhões de chamadas em telemóveis em Portugal, que originaram um total de 25.842 milhões de minutos de conversação. Segundo a informação estatística do serviço móvel da Anacom, esta evolução traduz aumentos de 2,7% face a 2015, que representam novos máximos históricos para estes indicadores.

Em contrapartida, o número de mensagens escritas (SMS) enviadas caiu 11,1% face a 2015, para um total de 18,9 milhões. O número médio mensal de mensagens enviadas por cada utilizador foi de 200, o que traduz “o valor mais baixo desde 2010”, refere a entidade reguladora no relatório estatístico de 2016, destacado no seu último boletim mensal.

Esta redução reflecte o facto de os utilizadores preferirem cada vez mais serviços de instant messaging, como o Viber ou o Whatsapp, mas também se pode explicar pelos “novos tarifários de serviços de voz”, admite a Anacom.

É que, segundo a entidade reguladora, o aumento do número de chamadas e do volume de minutos conversados deve-se ao aumento da penetração das ofertas em pacote que integram serviços móveis e fixos e que têm chamadas a "zero cêntimos" para todas as redes, ou seja, que não fazem diferenciação tarifária entre chamadas dentro e fora da rede do operador.

Estas ofertas em pacote (que no final do ano passado já chegavam a 3,51 milhões de famílias portuguesas) têm contribuído para que o tráfego off-net (ligações para outras redes) tenha crescido a uma taxa média de 23,2% nos últimos cinco anos, detalha a informação estatística.

O tráfego on-net (dentro da mesma rede) registou uma quebra de 3,6%, diminuindo pelo quinto ano consecutivo. A Anacom também dá conta que o tráfego móvel-fixo cresceu no ano passado (4,9%), mas nota que apenas 5% das chamadas tem como destino o serviço telefónico fixo. As chamadas internacionais também aumentaram 3,1%, invertendo a tendência de decréscimo dos últimos 2 anos. Quanto à duração média das chamadas, manteve-se pouco acima dos dois minutos.

No ano passado continuou a registar-se a migração de assinantes de planos pré-pagos para os planos pós-pagos/híbridos, ou seja, para aqueles que se encontram associados a ofertas em pacote. No final do ano a proporção de assinantes pré-pagos era de 48,6%, menos 2 pontos percentuais do que em 2015.
 

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