Portugueses "descongelam” despesas em electrodomésticos

Melhoria das vendas de frigoríficos e máquinas de lavar roupa compensou recuo da informática - nos tablets, as quedas foram de 27%. Em alta estiveram os auriculares: mais 15,3%.

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NFACTOS/Fernando Veludo

O retalho não alimentar, e incluindo os combustíveis, registou uma melhoria de 2,1%, para 7,86 mil milhões de euros em Portugal no ano de 2016, segundo os dados das consultoras especializadas em consumo GfK, Kantar e Nielsen, analisados para o universo de empresas afiliadas da APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, divulgados esta terça-feira, 11 de Abril.

Na área não alimentar, o crescimento verificado, de 2,1%, tem uma componente energética – os combustíveis vendidos pelas cadeias de distribuição associadas da APED representaram um peso de 42,92% das vendas de 7,96 mil milhões de euros realizadas.

Ou seja, da venda de combustíveis, os grupos alimentares foram buscar 3,33 mil milhões de euros (mais 1,7% do que em 2015), neste universo. Mas os aditivos das vendas do retalho não alimentar não vieram da energia.

Sem combustíveis, a área não alimentar do retalho a operar em Portugal afiliado na APED registou vendas de 4,48 mil milhões de euros, uma melhoria de 2,3% face aos 4,38 mil milhões de euros obtidos um ano antes.

O que veio impulsionar as vendas do retalho não alimentar em 2016 foram as vendas de equipamentos de bens de equipamento. Nomeadamente, de telecomunicações (mais 6,1%, para 460 milhões de euros); e o investimento na designada “linha branca” de electrodomésticos – frigoríficos, máquinas de lavar roupa e loiça, entre outros.

Nas telecomunicações, a categoria de smartphones, sozinha, representou em 2016 vendas de 389,76 milhões de euros (mais do que os pequenos electrodomésticos ou toda a electrónica de consumo, por exemplo), melhor em 5,6% do que em 2015. Surpreendente – ou a olhar para as campanhas de marketing, talvez não – é o aumento de 15,3% que os auriculares obtiveram, em valor, em 2016: os headphones representaram para os associados da APED vendas de 14,13 milhões de euros.

Nas vendas da categoria de linha branca registou-se o maior crescimento anual verificado nos bens de equipamento, de 6,9%, para 444 milhões de euros. Em valor, venderam-se mais 6,8% na categoria de frigoríficos (115,5 milhões de euros), mais 6,8% de máquinas de lavar roupa (106,65 milhões de euros), e mais 7,3% de máquinas de loiça (49,54 milhões de euros).  

Nos pequenos electrodomésticos – onde se pode incluir os robots de cozinha, as máquinas de café, batedeiras, etc – houve igualmente uma melhoria, de 4,3%, para 242 milhões de euros.

Contudo, no total dos bens de equipamento – que totalizaram vendas de 2,05 mil milhões de euros (mais 2% do que em 2015) - a informática continuou a ser a categoria com mais peso: 523 milhões de euros, ou 25% da soma global. Mas, face a 2015, as vendas de equipamento informático recuaram, 4,2%, com os computadores portáteis a cair 3% (para 234,57 milhões de euros).

Os “tablets” a registaram uma perda de mais de um quarto do mercado, segundo o barómetro da APED – decresceram em vendas 27,2%, para 65,98 milhões de euros.

Igual tendência se verificou na fotografia, que nos últimos anos tem vindo a perder consumidores à medida que os telemóveis melhoram a sua tecnologia de captação e resolução de imagem: houve uma descida de 11,6%, para 57 milhões de euros. 

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