Portugal entre os mais sensíveis a um “Brexit”

Vulnerabilidade da economia face a choques externos constitui factor negativo.

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AFP PHOTO / NIKLAS HALLE'N

O número elevado de residentes portugueses a viver no Reino Unido, o nível significativo de exportações e a debilidade actual da economia face a choques vindos do exterior fazem de Portugal um dos países da União Europeia mais sensíveis a uma vitória do “Brexit” no referendo que se irá realizar na próxima semana.

Um estudo publicado pela consultora Global Council que analisa, para todos os países da União Europeia, os diversos factores que podem conduzir a efeitos negativos decorrentes de uma saída do Reino Unido, coloca Portugal como o quarto país com uma maior exposição ao “Brexit”. À frente de Portugal neste ranking surgem apenas a Holanda, a Irlanda e Chipre, três países que têm relações comerciais e de investimento muito fortes com a economia britânica.

No caso português, não é pelo comércio que Portugal se destaca. O Reino Unido tem sido, ao longo dos anos, o quarto principal destino das exportações portuguesas, tendo sido superado recentemente por Angola (que entretanto voltou a perder o lugar). As exportações portuguesas para o Reino Unido representam 2,6% do PIB nacional, um valor que fica distante dos 11,8% da Irlanda e é muito semelhante ao da Alemanha, no meio da tabela entre os países europeus. Ao nível do investimento, o peso do IDE português no Reino Unido é residual.

Onde Portugal pode registar maior sensibilidade a uma mudança do estatuto britânico é na emigração, já que é um dos países em que os residentes no Reino Unido, mais pesam na sua população, e na própria situação económica do país.

As pressões económicas e orçamentais a que continua sujeito, tornam-no vulnerável a um ambiente de crise e perda de confiança nos mercados internacionais, em que os investidores decidam abandonar activos mais arriscados, refugiando-se nos mais seguros.

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