Não será apenas para possibilitar o aumento do volume de carga que é movimentado anualmente no porto de Viana do Castelo: o investimento público e privado que acaba de ser anunciado para aquela estrutura portuária minhota servirá, sobretudo, “para aumentar a competitividade da indústria naval”. Quem o assume é a própria ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que esteve esta terça-feira em Viana do Castelo a apresentar um pacote de investimentos, a efectuar entre entidades públicas e privadas, que chega aos 36 milhões e que deverá ser realizado nos próximos dois anos.

O investimento em acessibilidades marítimas atinge os 15 milhões de euros e passam pelo aprofundamento do canal de acesso e travessia do porto, para poder receber navios de maior dimensão. O investimento inicial será assegurado pela APDL, que, no entanto acabará por recuperar todo este investimento, através do aumento das rendas que vai cobrar à concessionária dos antigos estaleiros navais de Viana do castelo (ENVC), a West Sea. 

No acordo que foi assinado esta terça-feira entre a APDL e  a subconcessionária, a West Sea compromete-se também a avançar com um investimento de 11 milhões de euros para construir uma nova doca seca. “Se  estamos a preparar todo o canal de acesso do porto para receber navios maiores, eles têm que ter capacidade e uma doca seca para o receber. "Com o aprofundamento do canal vamos permitir que aumente para mais do dobro o número de navios que, potencialmente, pode vir a utilizar esta indústria naval", argumenta Ana Paula Vitorino.

O restante investimento será integralmente público, a suportar pela APDL e pela câmara de Viana do Castelo, para avançar com acessibilidades rodoviárias ao Porto e que têm vindo a ser reivindicadas há quase duas décadas. Serão 9,8 milhões de euros para construir uma via de 8,8 quilómetros para ligar o porto comercial ao nó da A28, a auto-estrada que liga a cidade do Porto a Viana do castelo.

“Gostaríamos que estes investimentos começassem a ser realizados já amanhã, mas há questões inultrapassáveis que teremos de enfrentar. Espero que todos os estudos sejam desenvolvidos durante este ano e que o mais tardar no próximo ano sejam feitas as obras”, disse ao PÚBLICO a ministra do Mar. Um compromisso relevante que a governante quis frisar foi aquele que assumiu a APDL para que mesmo durante as obras  se mantenha operacional o estaleiro que ali se encontra instalado.

Ana Paula Vitorino referiu ainda, de acordo com a Lusa, a concessão a um antigo quadro dos ENVC, por 30 anos, da exploração da doca seca engenheiro Duarte Pacheco para a instalação de uma empresa de manutenção e reparação naval, num investimento de 3,5 milhões de euros.