Perdão à Grécia agrava prejuízos do BCP em 63 milhões de euros

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Millennium bcp, a marca comercial do grupo BCP Pedro Cunha

O perdão parcial concedido à dívida soberana helénica pelos credores, que ascendeu a 77 %, prejudicou em 63 milhões de euros o prejuízo do BCP em 2011, para um total de 849 milhões de euros, anunciou hoje o banco.

“O reforço adicional da imparidade para a dívida pública grega, face ao que havia sido considerado em 3 de Fevereiro [data em que o BCP comunicou ao mercado os resultados de 2011, agora corrigidos], é de 82 milhões de euros, o que se traduz numa perda adicional de 63 milhões de euros”, informou o BCP num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Assim, o resultado líquido consolidado do BCP no ano passado ascendeu a 849 milhões de euros negativos, em vez dos 786 milhões de euros negativos anunciados, incluindo perdas de 409 milhões de euros (contra os anteriores 346 milhões de euros) resultantes de imparidades reconhecidas para a dívida pública grega.

O acordo internacional para a reestruturação da dívida grega foi alcançado já no final de Fevereiro, obrigando o BCP a contabilizar mais imparidades do que as inicialmente registadas devido à exposição aos títulos gregos, a exemplo do que fez o Banco BPI, no final de Março.

Então, o banco liderado por Fernando Ulrich explicou que, devido ao perdão parcial concedido à dívida helénica, os seus prejuízos no ano passado agravaram-se em 81 milhões de euros, para um total de 284,9 milhões de euros.

O impacto do agravamento do perdão concedido à dívida grega (que foi contabilizado pelos bancos portugueses, inicialmente, nos 65 por cento) mexeu ainda com os rácios de capital dos dois bancos, com o ‘core tier 1’ do BCP a baixar para 9,3 por cento (face aos anteriores 9,4 por cento), enquanto o do BPI caiu para 9,2 por cento (contra os anteriores 9,5 por cento), ainda assim, em ambos os casos, acima do mínimo regulamentar de 9 por cento.

Entre os maiores bancos portugueses, também a Caixa Geral de Depósitos (CGD), devido aos títulos de dívida helénica detidos maioritariamente pelas suas seguradoras, viu os seus resultados de 2011 penalizados em 133 milhões de euros (o banco público registou um prejuízo histórico de 488,4 milhões de euros no ano passado), pelo que é possível que a entidade liderada por José de Matos também venha em breve a corrigir as suas contas, ainda que o impacto será seguramente menor do que o registado no BPI e no BCP. Já o BES não detém títulos de dívida grega.

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