Paulo Macedo: "Comissões da Caixa são das mais baixas do mercado"

O presidente do banco público defendeu os custos que cobra aos balcões, durante a apresentação das contas semestrais que revelaram um prejuízo de 50 milhões de euros. E sublinhou o crescimento verificado nos depósitos, reflectindo a confiança dos clientes.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

Para Paulo Macedo "as comissões da Caixa são das mais baixas do mercado, e a Caixa não cobra, ao contrário dos outros bancos, quaisquer comissões nos serviços mínimos aos estratos da população mais desfavorecidos e aos reformados". O líder da Caixa disse ainda que "a Caixa não só não cobra comissões aos reformados como aplica isenções a mais de 500 mil clientes reformados".

E sobre este tema, Paulo Macedo desenvolveu a defesa da sua gestão: "Actualmente na CGD há 700 mil clientes isentos de comissões, e entendemos que 541 mil se vão manter isentos depois das medidas. Isto fora os que estão nos serviços minimos bancários (que somarão aos 541 mil)". A CGD "cobra metade das comissões dos outros bancos", reforçou Macedo, alegando que "a principal fonte das comissões é no crédito e não nos clientes".

O banqueiro lembrou que a CGD captou em depósitos, nos primeiros seis meses do ano, cerca de 1,4 mil milhões de euros, detendo neste momento uma quota de mercado de 31% em depósitos captados junto de particulares "o que reflecte a confiança " dos clientes.

Sobre o encerramento de balcões, acrescentou que "pelos dados que nos deram 77% da população portuguesa não vai às agências bancárias. E nos locais onde a CGD fechou balcões mais de 95% mantiveram-se como clientes".

Custos extra

"Sem fazer qualquer actividade, a CGD tem dois custos com o Fundo de Garantia de Depósitos de 37 milhões e de 38 milhões com o Fundo de Resolução (incluindo o fundo europeu)", alertou Paulo Macedo durante a apresentação de uma melhoria dos prejuízos do banco para 50 milhões de euros.

Sobre as saídas de pessoal, Paulo Macedo disse que "desde o início do ano até à data de hoje cerca de 300 pessoas cessaram o vínculo ao banco e 248 pessoas manifestaram vontade de sair", avançou o presidente da CGD.

Já no que toca à internacionalização, explicou que "as operações de descontinuidade das sucursais na Africa do Sul (venda) em Espanha e no Brasil estão em curso". Também está previsto encerrar a sucursal de Londres, mantendo apenas na capital britânica um escritório de representação. 

Macedo revelou ainda que nas offshores de Cayman e Macau, onde a CGD vai encerrar as sucursais até ao final do ano, há 240 milhões de euros e 350 milhões de euros, respectivamente, de depósitos de clientes não residentes que a Caixa espera que se transfiram para outras geografias onde "temos actividade".

Depois da enorme limpeza das contas [pela capitalização], a CGD ainda apresentou no semestre 55 milhões de imparidades, o que Paulo Macedo considera ser um valor acomodável e justificado "pela evolução da actividade nas várias geografias onde a CGD está a operar".

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