Parlamento alemão aprova extensão do reembolso dos empréstimos a Portugal

Ministro das Finanças alemão faz leitura optimista dos programas da troika em Portugal e na Irlanda. Os dois países, diz, “estão a cumprir o que é pedido”.

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Angela Merkel durante a votação na Câmara Baixa do Bundestag Fabrizio Bensch/Reuters

O acordo político dos 27 países da União Europeia (UE) para Portugal e a Irlanda terem mais sete anos para reembolsar os empréstimos europeus recebeu luz verde do Parlamento federal alemão nesta quinta-feira.

A proposta foi aprovada em Berlim, sem surpresa, por larga maioria. Segundo a edição internacional da revista Der Spiegel, o acordo de princípio selado na última reunião de ministros das Finanças europeus recebeu o voto favorável dos deputados da União Democrata Cristã (CDU, o partido da chanceler Angela Merkel), dos Liberais Democratas (FDP, que integram a coligação governamental), dos sociais-democratas do SPD e dos Verdes.

A votação na Câmara Baixa do Bundestag é uma condição exigida pelo Tribunal Constitucional, que determinou que o Parlamento federal tem de se pronunciar sobre a participação alemã nos resgates dos países em dificuldades.

No caso português, o acordo de princípio sobre o reembolso dos empréstimos europeus (56 mil milhões de euros dos 78 mil milhões do empréstimo total) deverá ser concretizado no quadro da conclusão da sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento.

O caminho para o prolongamento dos prazos foi aberto nas últimas reuniões dos ministros das Finanças da zona euro e da UE, em Dublin, onde o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, reforçou o compromisso de Portugal cumprir a meta do défice deste ano (5,5% do PIB) com medidas que cubram o “buraco” de cerca de 1300 milhões de euros no orçamento deste ano.

Acordo sobre Chipre
Na sessão parlamentar desta quinta-feira, onde foi também aprovado o resgate financeiro de Chipre, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, justificou a posição do Governo alemão em relação a Portugal e à Irlanda. “Ambos puseram em prática grandes esforços, estão a cumprir o que é pedido pelos programas de ajuda e estão no bom caminho”, sustentou, segundo a Lusa.

A votação a favor do resgate cipriota – um empréstimo de dez mil milhões de euros garantido pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional – foi defendida por Schäuble como mais um passo necessário para a zona euro retomar a estabilidade. Dos 602 deputados presentes na votação, 487 deram luz verde ao resgate de Chipre, 102 votaram contra e 13 abstiveram-se.
 

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