Os accionistas do BPI vão eleger no próximo dia 22 de Julho uma nova Mesa da Assembleia Geral (AG), presidida por Carlos Osório de Castro, na sequência da renúncia de Miguel Veiga, que alegou “razões de saúde” para sair a seis meses do final do mandato.

A convocatória da AG com apenas esse ponto na ordem de trabalhos, acontecerá às 10h, seguindo-se uma outra, marcada para as 11h30, que vai votar a proposta de desblindagem de estatutos, matéria polémica dentro do banco, por causa do braço-de-ferro entre os dois maiores accionistas, os espanhóis do Caixabank e a Santoro, de Isabel dos Santos. A segunda AG já ser liderada pelo advogado portuense Osório de Castro.

A nova mesa da AG, que será eleita apenas até 31 de Dezembro do corrente ano, o que não inviabiliza a sua posterior reeleição,  será composta por Carlos Osório de Castro, que preside, integrando ainda Agostinho Cardoso Guedes (vice-presidente), Maria Alexandra Magalhães e Luís Manuel Alves de Sousa Amorim (secretários).

A renúncia de Miguel Veiga, um dos fundadores do PSD, actualmente com 80 anos, foi comunicada esta terça-feira e foi acompanhada pelos restantes membros do órgão.

Os accionistas do BPI têm várias decisões importantes a tomar no curto prazo, designadamente a desblindagem de estatutos, a aceitação da oferta pública de aquisição lançada pelos espanhóis Caixabank e a redução da exposição a Angola.

O decreto-lei que vai permitir aos accionistas acabar ou manter a com a limitação dos direitos de voto, participando nessa AG sem blindagem de estatutos, o que não era possível até agora, foi criado recentemente pelo Governo, de forma a desbloquear o impasse gerado pelas posições divergentes dos dois maiores accionistas, entra em vigor esta sexta-feira.