“Os próximos tempos não serão fáceis mas apostamos na Autoeuropa"

Fábrica do grupo alemão em Setúbal foi construída há 25 anos.

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DRO DANIEL ROCHA - PòBLICO

Thomas Ulbrich, membro do conselho de administração da Volkswagen e responsável de logística e operações, afirmou esta sexta-feira que a fábrica da Autoeuropa em Palmela é um exemplo "em matéria de modelo de gestão e sustentabilidade". A unidade da marca alemã celebra hoje 25 anos e prepara-se para fabricar um novo modelo. "Sentimo-nos bem em Portugal", disse, sublinhando que a eficiência e a produtividade "são extraordinários".

Thomas Ulbrich admitiu que o fabricante alemão se debate com dificuldades, no rescaldo do escândalo da fraude de emissões. "Nos tempos que correm nem tudo corre sobre rodas. Ultrapassar esta crise implica custos porque implica recuperar a confiança dos consumidores", disse. A construção do novo modelo na Autoeuropa, um SUV, faz parte da estratégia de recuperação. 

"Com o novo automóvel que vão produzir [em Portugal] farão parte desta ofensiva que são os SUV. Os próximos tempos não serão fáceis mas apostamos aqui na Autoeuropa", disse.

Momentos antes, Miguel Sanches, director-geral da Autoeuropa, deixou um retrato do impacto da fábrica na região de Setúbal. "Mantém directa e indirectamente mais de 16 mil famílias", revelou.

António Costa, primeiro-ministro, admitiu que esta é uma "empresa querida em Portugal". "Todos os que conhecem Portugal, a qualidade dos seus quadros confiam em Portugal e investem em Portugal. É reconfortante ver que quem está há 25 anos continua a investir", disse. Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou o exemplo de diálogo social conseguido na fábrica e defendeu que "a concertação social faz-se todos os dias nas empresas".

A fábrica de Palmela é a maior do sector automóvel em Portugal, produzindo 90% dos ligeiros de passageiros. Vale 1% da riqueza económica do país, segundo os dados de 2015. Mas em 1998 chegou a contribuir para 2,2% do PIB. É, também, uma das maiores empresas exportadoras.

Este ano, e pelos números da Associação Automóvel de Portugal, a Autoeuropa registou uma queda de produção de 20 mil veículos, face a 2015. Até final de Outubro saíram da unidade 71.696 automóveis, menos 21,2%.

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