Moody’s corta rating da China pela primeira vez desde 1989

O Governo chinês critica decisão agência de notação financeira. O mercado ressentiu-se, apesar de a bolsa de Xangai ter encerrado em terreno positivo.

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Reuters/ALY SONG

A agência de notação financeira Moody’s despromoveu a China pela primeira vez desde 1989, baixando o rating da dívida do país de terreno de duplo A para A1, um nível de grau médio superior. A decisão prende-se com o risco de subida da dívida pública chinesa e a possível desaceleração do crescimento económico nos país, mas ainda assim as bolsas chinesas fecharam esta quarta-feira em terreno positivo, depois de uma recuperação na última hora e meia da sessão.

O dia ficou marcado pela decisão inédita em quase três décadas. A agência justificou o corte com base numa previsão de queda do crescimento económico potencial para o patamar dos 5% no final da presente década e da alavancagem que continua a prevalecer na economia chinesa. “A deterioração do perfil de crédito da China será gradual e esperamos que seja eventualmente contida através de um aprofundamento das reformas”, explicou a Moody’s, acreditando que existe uma margem apreciável de adaptação das políticas para suportar a economia.

O Ministério das Finanças chinês acredita que a agência está a subestimar o Governo de Pequim e as suas capacidades de implementar reformas e estimular a procura, considerando, em comunicado, que os comentários da Moody’s são infundados. O executivo chinês critica a decisão, alegando que o método de análise não foi o apropriado.

Os mercados reagiram inicialmente ao anúncio da Moody’s, levando o índice bolsista em Xangai a cair para o valor mais baixo em sete meses e a recuar 1,29%, mas depois registou-se uma recuperação, com o índice composto de Xangai a fechar ligeiramente acima da linha de água, em 0,07%. Apesar deste fecho positivo, a bolsa de Xangai acumula uma quebra de 1,3% nas últimas sete sessões.

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