Moody's aponta para crescimento de 1,7% este ano

Agência espera que Portugal cresça 1,4% em 2018.

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As exportações ajudam ao crescimento Rui Gaudêncio

A Moody's espera que a recuperação da economia em Portugal prossiga, estimando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7% este ano e de 1,4% em 2018, abaixo das estimativas do Governo que apontam para um crescimento de 1,9% no próximo ano.

As estimativas da agência de notação financeira divulgadas nesta sexta-feira num relatório sobre Portugal revelam-se assim mais pessimistas do que as da Comissão Europeia, divulgadas este mês. Bruxelas alinhou a sua previsão com a do Governo para este ano (1,8%), mas admite um abrandamento em 2018 para os 1,6%.

O défice português, segundo a Moody's, deverá deteriorar-se para 2% do PIB em 2018.

A Moody's sinaliza ainda o elevado nível de dívida pública, estimando que esta cairá gradualmente, ainda que se deva fixar em torno de 125% do PIB em 2020.

Este relatório não altera o rating de Portugal, uma vez que a 5 de Maio a agência optou por manter a notação do país em Ba1, o primeiro nível da categoria de investimento especulativo, ou lixo.

O outlook, que classifica a perspectiva para a evolução da dívida, mantém-se "estável".

"O perfil de crédito de Portugal é compatível com a recuperação económica, o seu regresso ao mercado de capitais, a diversificação da economia e os níveis de riqueza média relativamente elevados", refere o vice-presidente da Moody's e co-autor do relatório, Evan Wohlmann.

As restrições do país dizem respeito "à sua dívida muito elevada", uma das mais altas da União Europeia e a mais elevada dos países classificados pela Moody's com Ba1. Assim, apesar de esperarem que a dívida comece a baixar, os autores do relatório acreditam que qualquer redução será apenas gradual.

No documento, a Moody's mantém a sua preocupação com o elevado nível de endividamento do sector privado, agravado pela fraqueza do sector bancário, "apesar de um número significativo de desenvolvimentos positivos ocorridos em 2017 que ajudaram a fortalecer a estabilidade do sector bancário".

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