Montepio com prejuízo de 67,6 milhões no primeiro semestre

Resultado seria positivo sem contar com impactos pontuais. Depósitos de clientes subiram 2% entre Abril e Junho.

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O crédito concedido a clientes pelo banco liderado por Félix Morgado é de 15.599 milhões Daniel Rocha

A Caixa Económica Montepio Geral teve um prejuízo de 67,6 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, um resultado pior do que os 28,9 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado.

Nas contas divulgadas nesta quarta-feira, o banco sublinha que, se forem excluídos impactos específicos e o seu efeito fiscal nas contas, o resultado semestral seria positivo em 22,5 milhões de euros. Estes “impactos específicos” foram contabilizados pela instituição liderada por José Félix Morgado em 90,1 milhões de euros e estão relacionados com o processo de reestruturação do Montepio, as contribuições para o sector bancário (Fundo Único de Resolução e o Fundo de Resolução Nacional) e ainda investimentos financeiros.

Este último impacto, com um custo estimado na ordem dos 52 milhões de euros, tem a ver com a “desvalorização de activos financeiros do sector das telecomunicações e de fundos de reestruturação empresarial, bem como relevação contabilística do earn-out [cláusulas de ajustamento de preço] de um activo financeiro”.

A actividade comercial melhorou, o que o banco explica com o aumento de 6,9% do produto bancário comercial do primeiro para o segundo trimestre do ano. Como produto bancário considera-se as comissões somadas à margem financeira comercial do banco (os juros do crédito aos clientes, menos os juros dos recursos dos clientes).

O banco tinha no final de Junho menos depósitos de clientes do que no final do ano passado (e menos 3,7% do que em Junho de 2015) mas houve uma melhoria do primeiro para o segundo trimestre. Ao todo, os depósitos dos clientes são de 12.688 milhões de euros, o que representa um aumento de 236,4 milhões de euros em relação ao valor registado em Março, ou seja, subiram 1,9%.

Segundo o Montepio, “confirmou-se a consolidação da base de depósitos de clientes particulares, com o segmento empresarial e de institucionais a registar um crescimento significativo de 8,5% face ao trimestre anterior”. Os depósitos totais representam perto de 60% das fontes de financiamento da Caixa Económica Montepio Geral.

Quanto ao crédito aos clientes, o valor bruto está nos 15.599 milhões de euros, uma redução de 4,7% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

As dotações do banco com imparidades de crédito (por exemplo, crédito malparado) diminuíram perto de 39% em relação aos primeiros seis meses de 2015, com uma diminuição do “custo do risco de crédito”.

Os custos operacionais do banco subiram 13%, por causa do processo de racionalização do Montepio. “Retirando este efeito, verificou-se uma redução de 5,5%”.

A reestruturação, justificada pelo banco com a necessidade de redimensionar os recursos da instituição à actividade bancária, teve um impacto nas contas de 32 milhões de euros. O banco tinha no final do primeiro semestre 3647 funcionários, menos 224 do que no final de Dezembro.

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