Montepio: Associação Mutualista defende que já tem marca própria

Num esclarecimento enviado hoje aos associados, a mutualista explica que nos balcões da Caixa Económica a oferta dos seus produtos de poupança já está "devidamente assinalada com o prefixo da marca Associação Mutualista"

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Poucas horas antes de começar a assembleia-geral que irá votar as contas da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), entre outros temas, a entidade enviou aos seus associados um esclarecimento sobre os vários assuntos que têm marcado a sua actualidade. No documento a que o PÚBLICO teve acesso, é descrito que nos balcões da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) é disponibilizado "o acesso a Gestores Mutualistas", que prestam os seus serviços "com identificação clara e inequívoca nos espaços dos balcões da CEMG".

Sobre os produtos de poupança, a entidade liderada por António Tomás Correia explica que "também nestes espaços, os associados encontram toda a informação sobre a oferta de modalidades mutualistas, devidamente assinalada com o prefixo de marca 'Associação Mutualista'". 

Este esclarecimento surge numa altura em que se assiste a um braço de ferro em relação à marca Montepio, depois de o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ter defendido a separação das marcas entre Caixa Económica e a Associação Mutualista, numa entrevista ao PÚBLICO, explicando que "os produtos [da Mutualista] não são supervisionados por nós. Em qualquer caso, no sentido de separar as entidades, nós requeremos a separação de marcas"

Em resposta, Félix Morgado admitiu essa possibilidade, em entrevista ao Jornal de Negócios, afirmando que "em momento próprio, a administração proporá esse tema em assembleia-geral". Posteriormente, fonte da entidade liderada por Tomás Correia recusou tal hipótese, tendo entretanto Félix Morgado reagido durante a apresentação de resultados, destacando que a autoridade sobre uma eventual mudança de marca cabe ao Banco de Portugal. Agora, surge o esclarecimento da Associação Mutualista aos seus associados. 

No documento, a Associação reforça a ideia que a sua "participação estratégica" na Caixa Económica cumpre "um importante e fundamental papel no serviço que presta a todos os associados, quer pelo contacto direto e pessoal que representa, quer pela abrangência geográfica que permite garantir a prestação de um serviço a nível nacional".

Por outro lado, no esclarecimento aos seus associados, a mutualista reitera que se encontra numa situação sólida, perante o facto de "alguns órgãos de comunicação social [terem] vindo a veicular apreciações sobre a solidez do Montepio Geral - Associação Mutualista, baseando a sua análise nas contas consolidadas". Informações que descreve como "marcadas por incorreção técnica e ligeireza de abordagem". 

E como sinal da sua solidez, a Mutualista comunica, no mesmo documento, que "o resultado líquido do exercício de 2016 permitiu à Associação propor a atribuição de um rendimento anual complementar de 1% às modalidades de capitalização, valor superior à taxa de inflação, assim como à taxa média dos depósitos bancários a prazo". 

 

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