Menos crescimento no comércio mundial este ano

OMC corta a previsão de crescimento do comércio para menos de 2%.

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A desaceleração no comércio com a Ásia no início do ano reflecte-se no abrandamento da economia este ano Reuters/CLARO CORTES

A economia mundial está a abrandar e as expectativas para a evolução das trocas comerciais entre países, para este ano, também. A Organização Mundial do Comércio (OMC) reviu em baixa a previsão para crescimento do sector a nível global, contando com um aumento no comércio de 1,7% este ano, quando em Abril apontava para uma progressão de 2,8%.

A projecção para 2016 chegou a ser de 3,9% há perto de um ano, mas o abrandamento “mais forte do que o previsto no volume do comércio de bens no primeiro trimestre” e a recuperação “mais frágil do que o previsto” entre Abril e Junho levam a OMC a estar menos optimista em relação ao conjunto do ano.

O comércio está em desaceleração desde o ano passado. Depois de uma variação de 2,8% em 2014, o ritmo de crescimento passou para 2,7% em 2015, seguindo-se agora uma previsão inferior a 2%. Para o próximo ano, a projecção da OMC situa-se num intervalo que vai de 1,8% a 3,1%.

Segundo a OMC, esta trajectória “deve-se à desaceleração do crescimento do PIB e do comércio nas economias em desenvolvimento, como a China e o Brasil, mas também na América do Norte, onde o crescimento das importações foi mais forte de que qualquer região em 2014-2015, desde então desacelerou”.

Os sinais mais fracos no comércio foram uma das razões que levou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a cortar, há dias, a previsão de crescimento da economia global, nomeadamente associados à desaceleração registada no comércio com a Ásia no início do ano. A previsão feita é de uma progressão do PIB mundial de 2,9% este ano, 0,1 pontos percentuais abaixo do valor projectado em Junho e menos do que o ritmo registado na actividade económica no ano passado, em que o PIB global aumentou 3,1%.

Para o director-geral da OMC, Roberto Azevêdo, este é mesmo um “cenário dramático” de desaceleração no comércio, uma desaceleração que diz ser “grave” e que “deveria servir de sinal de alarme”. Neste momento, vinca, é preciso garantir que a análise económica “não se traduza em políticas erradas que poderiam agravar ainda mais a situação”.

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