Martifer: Carlos Martins arguido sem "qualquer impacto" na empresa

A Martifer esclareceu esta terça-feira os investidores de que o facto de o seu presidente, Carlos Martins, ter sido constituído arguido diz respeito a assuntos "fora da sua esfera patrimonial", pelo que o processo não deverá ter consequências para a empresa.

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Carlos Martins (ao centro) lidera a Martifer. RUI GAUDêNCIO

Cinco dias depois da notícia do PÚBLICO sobre a constituição de Carlos Martins como arguido no âmbito de um processo que também envolve Tomás Correia, ex-presidente do Montepio, a Martifer esclareceu o mercado sobre envolvimento do seu presidente. 

"A Martifer informa, na sequência das notícias relativas ao facto de o presidente do Conselho de Administração da Martifer, Carlos Manuel Marques Martins, ter sido constituído arguido no âmbito de um processo judicial em curso, que a ocorrência dos alegados factos, noticiados no âmbito do referido processo judicial, respeitam a matérias fora da sua esfera patrimonial e do âmbito da sua actuação e/ou das suas participadas", lê-se na nota divulgada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Perante este dado revelado pela empresa, "não se antevê que o [processo] possa ter qualquer impacto potencial na sociedade", acrescenta a Martifer, sublinhando que "manterá o mercado devidamente informado, caso venha a ter conhecimento de factos adicionais, no âmbito do referido processo judicial, com relevância para a sociedade, ou para as suas participadas".

Em causa está um negócio imobiliário de venda de 30 hectares situados à entrada de Coimbra, conhecidos por Colinas de Vale Meão, que incluiu a aquisição de terrenos por 32,4 milhões de euros e que levou, no final de Janeiro, o tribunal Judicial da Comarca de Viseu a constituir 14 arguidos por alegados crimes de insolvência dolosa ou (e) de burla qualificada.

Para além de Carlos Martins, presidente da Martifer e do seu colaborador Ricardo Henriques, são também arguidos Tomás Correia, o actual presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, que chefiou até 2014 o banco Montepio, e Fernando Magalhães (Montepio), para além do ex-presidente do Finibanco, Humberto Costa Leite, do director financeiro Bessa Monteiro e de Ricardo Henriques, os três ligados à Vicaima, com sede em Vale de Cambra, bem como o empresário da Prestige José Pucarinho.

Sobre todos recaem suspeitas de insolvência dolosa e de burla qualificada, emissão de cheques sem provisão, acordos estabelecidos com intuito de não serem cumpridos e venda de terrenos, sem que estes tenham sido pagos ao proprietário inicial, para liquidar responsabilidades em incumprimento de terceiros.

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