Mais de três milhões de Mercedes chamados às oficinas por causa da emissão de gases

A Daimler anunciou a chamada voluntária de milhões de veículos por toda a Europa para contar e reduzir as respectivas emissões de gases poluentes.

Foto
LUSA/RONALD WITTEK

A Daimler AG informou que vai chamar às oficinas mais de três milhões de veículos Mercedes-Benz a diesel por toda a Europa, com o objectivo de melhorar e conter a emissão de gases poluentes, matéria que motivou já uma investigação a este fabricante automóvel na Alemanha.

Não é a primeira vez que a empresa sedeada em Estugarda adopta uma medida do género, depois de ter feito regressar cerca de 250 mil veículos compactos e carrinhas Mercedes. Agora, este plano, iniciado de forma voluntária, envolve uma actualização de um dispositivo para a redução da emissão de gases e terá um custo a rondar os 220 milhões de euros, sem encargos para os clientes, informou a Daimler em comunicado citado pela Bloomberg.

A medida começará a ser aplicada “nas próximas semanas” e “pode prolongar-se por um período alargado”, disse a empresa.

Os fabricantes automóveis ficaram sob escrutínio apertado da Justiça em vários países depois do rebentamento do escândalo em 2015, altura em que se soube que o grupo Volkswagen, que inclui 12 marcas – da Skoda à Bentley, passando pela Lamborghini ou a MAN (camiões) –, admitiu a instalação, entre os anos 2009 e 2015, de um dispositivo que manipulava os dados das emissões poluentes de motores TDI. Ao todo, 11 milhões de automóveis, segundo a própria empresa, terão sido equipados com este dispositivo, que permitia aos carros ficarem abaixo do limite legal admitido nos EUA.

Porém, segundo a queixa que deu origem ao escândalo, formulada pela agência norte-americana de protecção do ambiente em Setembro de 2015, esse dispositivo só funcionava durante os testes, porque na realidade, os referidos motores, instalados em diferentes modelos, poluem mais do que o admissível por lei.

O Departamento de Justiça norte-americano apresentou uma queixa contra a empresa germânica. Mais tarde o grupo automóvel reconheceu a manipulação dos dados com recurso a um software instalado nos carros. Em causa estão pelo menos cinco milhões de automóveis VW, 2,5 milhões da marca Audi e 1,2 milhões de automóveis Skoda. A espanhola Seat reconheceu que comercializou 700 mil automóveis com o software irregular através da sua rede mundial. E os números divulgados pela Volkswagen dão conta de pelo menos 11 milhões de veículos afectados no conjunto do grupo.

Sugerir correcção
Comentar