Maioria das empresas exportadoras ainda só vende para um mercado

Dados do INE mostram que este universo tem agora um peso menor no valor global das vendas ao exterior.

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Dependência um só mercado é particularmente expressiva nas empresas que fazem negócios com a Europa Miguel Manso

Do total das empresas exportadoras baseadas em Portugal, 63,9% venderam os bens que produziram para apenas um mercado no ano passado, valor que não sofreu alterações face a 2013. Ou seja, a maioria destas empresas está dependente de apenas um país para fazer negócios além do mercado interno. Houve, no entanto, alterações no valor que representam, já que, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo INE, estes 63,9% foram responsáveis por 7,6% do total do valor transaccionado, contra os 10,3% registados em 2013.

Mesmo assim, e numa análise um pouco mais longa, o INE destaca que “em comparação com a média dos últimos quatro anos (2010-2013) verifica-se uma maior diversificação de mercados de exportação, com o peso das empresas que que exportam para apenas um país a decrescer 1,3 pontos percentuais”.

A dependência de apenas um mercado é particularmente expressiva nas empresas que fazem negócios com a Europa, que tem atravessado um período de crise e enfrenta agora um crescimento lento. No ano passado, olhando para o comércio intra-UE, 85,6% das empresas exportadoras para estes mercados tinham só um cliente, concentrando 10,3% do valor.

Olhando para os montantes do negócio, o INE diz que as empresas “que apresentaram uma maior diversificação de mercados (20 ou mais países) concentraram o maior peso no valor exportado (42,4%) apesar de corresponderem a apenas 1,9% do total de empresas exportadoras de bens”.

As cinco maiores empresas (como a Galp Energia e a Autoeuropa, da Volkswagen) continuam a ter um papel significativo nas vendas de bens ao exterior, mas com menos expressão. No ano passado, estas foram responsáveis por 16,1% do valor transaccionado, indicador que sobe para 20,4% quando se analisam as dez maiores. Em 2013, valiam 19,3% e 24,4%, respectivamente. Este dado poderá, no entanto, conter factores extraordinários, já que a refinaria da Galp em Sines esteve parada durante parte do primeiro semestre de 2014.

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