Lucros da EDP caem 5% no semestre para 450 milhões

A EDP apresentou lucros de 450 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, um recuo de 5% face aos 472 milhões registados no mesmo período do ano passado, segundo notificou hoje a empresa ao mercado.

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António Mexia lidera a EDP e é neste momento arguido por suspeitas do Ministério Público no caso das "rendas da energia". Nuno Ferreira Santos

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP indica que o EBITDA consolidado (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ascendeu a 1.902 milhões de euros na primeira metade de 2017, uma queda de 8% face a igual período de 2016.

Sobre esta queda, a empresa explica que "os efeitos de expansão de capacidade (+6%), apreciação do real e do dólar face ao euro (+65 milhões de euros) e apertado controlo de custos, foram mais que compensados [negativamente] pelo efeito de um contexto operacional muito mais severo, marcado por uma baixa produção hídrica e preços spot muito elevados, em particular quando comparado com um primeiro semestre de 2016, muito chuvoso e com preços muito baixos". 

Alguns destes factores verificaram-se em especial no mercado Ibérico, onde "o EBITDA caiu 22% em termos homólogos. A escassa hidraulicidade (42% abaixo da média), especialmente quando comparada com um primeiro semestre de 2016 muito húmido (factor de hidraulicidade 68% acima da média histórica), e os preços spot elevados (média de 51 euros por MWh no primeiro semestre de 2017 vs. 30 euros por MWh no primeiro semestre de 2016) traduziram-se na extinção dos ganhos com gestão de energia e numa severa penalização da produção hídrica, incluindo a produção da nova capacidade hídrica (designadamente com bombagem), com arranque de produção no período", justificou

A capacidade instalada do grupo EDP subiu 7% em termos homólogos, para os 26,2 gigawatts (GW) até Junho, um desempenho "impulsionado pela adição de nova capacidade hídrica em Portugal (+988 megawatts) e eólica (+704 megawatts, essencialmente nos Estados Unidos e no México)".

No que diz respeito à dívida líquida, o seu montante subiu de 15,9 mil milhões de euros em Dezembro de 2016 para 16,9 mil milhões de euros em Junho 2017, "impulsionada pelo pagamento anual de dividendos (+900 milhões), pelo pagamento IVA não recorrente, a recuperar até ao final de 2017 (+300 milhões) e pelo pagamento de imposto relativo às securitizações efectuadas durante 2016 (+300 milhões)".

Em paralelo com a apresentação de resultados semestrais, a EDP anunciou ao mercado a conclusão da "alienação de 100% do capital da sua subsidiária para a actividade de distribuição de gás em Espanha, a Naturgas Energía Distribuición, S.A., a um consórcio de investidores composto por investidores institucionais assessorados". Segundo a eléctrica "esta transacção resulta numa redução de cerca de 2,3 mil milhões da dívida líquida da EDP no presente ano e numa mais-valia líquida total de cerca de 700 milhões (cerca de 500 milhões a ser contabilizados em 2017 e o montante remanescente nos 5 anos seguintes)". 

A operação contou com o apoio da J.P. Morgan Asset Management, Abu Dhabi Investment Council, Swiss Life Asset Managers e Covalis Capital. "A White Summit Capital e a Covalis Capital coordenaram o consórcio e continuam a fornecer serviços de assessoria", revelou a empresa.

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