Lucro da Sonae atinge 283 milhões de euros com fusão da Zon e da Optimus

Volume de negócios consolidado cresce com melhorias no retalho e negócios de software e sistemas de informação.

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Paulo Azevedo, CEO da Sonae Fernando Veludo/NFactos

O resultado da Sonae SGPS (dona do PÚBLICO) nos primeiros noves meses do ano atingiu 283 milhões de euros, um valor que compara com os 65 milhões de euros do período homólogo e reflecte essencialmente o impacto dos resultados indirectos obtidos com a fusão entre a Zon e a Optimus.

O volume de negócios consolidado do grupo liderado por Paulo Azevedo subiu 2% para 3467 milhões de euros no terceiro trimestre impulsionado pela melhoria dos negócios de retalho (alimentar e não alimentar) e de software e sistemas de informação, indicou a Sonae SGPS em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) melhorou 6% para 353 milhões de euros, elevando a margem de EBITDA (rentabilidade) em 0,4 pontos percentuais para 10,2%.

Os resultados indirectos, rubrica em que se reflecte a mais-valia resultante da fusão entre a Zon e a Optimus, passaram de um valor negativo de 15 milhões de euros em 2012, para 289 milhões em Setembro. Sobre esta operação, o CEO da Sonae referiu que o grupo pretende “criar [com a nova empresa] um nível de campo de actuação competitivo no mercado de telecomunicações em Portugal” e fomentar a sua “estratégia de parcerias corporativas fundamentais”.

“Estamos muito confiantes que, juntamente com o nosso parceiro co-controlador, os restantes accionistas, e o conselho de administração recentemente eleito, vamos fazer da Zon Optimus uma história de sucesso”, conclui Paulo Azevedo na nota enviada nesta sexta-feira à CMVM.

Apesar da contracção do consumo privado, nos primeiros nove meses do ano o negócio do retalho alimentar da Sonae cresceu 4%, para 2492 milhões de euros. A empresa explica a subida com uma evolução positiva de 1,5% das vendas, num universo comparável de lojas, sustentado pelo aumento das quantidades de produtos vendidas. As promoções, suportadas pelo cartão de fidelização dos hipermercados Continente, ajudaram atrair clientes às lojas. Ao mesmo tempo, as marcas próprias pesam 31% da categoria de bens de grande consumo.

Entre todas as insígnias de retalho (a Sonae detém também a Sport Zone, Worten, Zippy ou a MO), o volume de descontos concedidos aumentou 5% em comparação com os primeiros nove meses de 2012, para um total de 313 milhões de euros.

No retalho especializado, o volume de negócios foi de 827 milhões de euros. Registou-se um crescimento de 1% no terceiro trimestre, depois de oito trimestres consecutivos “condicionados pela retracção do consumo). Os mercados internacionais pesam 28% das vendas (229 milhões de euros). Nos últimos três meses, a Zippy entrou em três novos países (Estados Unidos, Jordânia e Qatar).

O investimento nos negócios do retalho cresceu 75% para mais de 110 milhões de euros devido à abertura de novas lojas (incluindo cinco Continente Modelo na Ilha da Madeira, depois de ter assumido o trespasse comercial dos supermercados Sá)

A propósito dos resultados trimestrais, Paulo Azevedo refere tratar-se de “mais um trimestre com um bom conjunto de resultados operacionais e financeiros”, em que os esforços do grupo “para melhorar continuamente a relação preço qualidade” dos seus produtos e serviços, “têm sido fundamentais” para alcançar a preferência dos consumidores e “compensar a retracção do consumo privado [apesar de numa taxa inferior]” nos mercados mais importantes.

 
 

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