Jerónimo Martins lucra 173 milhões no semestre

Grupo dono do Pingo Doce, Biedronka e Ara fez cerca de 70% das suas vendas consolidadas na Polónia, entre Janeiro e Junho de 2017.

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Grupo liderado por Pedro Soares dos Santos realizou 90% do EBITDA semestral através da polaca Biedronka LUSA/JOÃO RELVAS

O grupo Jerónimo Martins (JM), liderado por Pedro Soares dos Santos, registou resultados líquidos após interesses minoritários de 173 milhões de euros no primeiro semestre do ano. Um valor que, excluindo o “efeito da contribuição da Monterroio” (área industrial do grupo consubstanciada na parceria com a Unilever que foi vendida a 30 de Setembro de 2016), representa um crescimento de 5,5% face a igual período do ano passado.

Sem aquele efeito extraordinário e consequente impacto nas contas da JM, a evolução dos lucros é de 0,6% face ao primeiro semestre de 2016.

No período em análise, anunciou a cotada ao mercado esta quarta-feira, 26 de Julho, a JM SGPS registou um EBITDA (sigla inglesa para resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 416 milhões de euros, mais 7,2% do que em Junho de 2016. Sozinha, a Biedronka representou 90% do EBITDA obtido pela JM no semestre.

A gestão da companhia acrescenta que a cadeia de retalho alimentar que o grupo detém na Colômbia – a Ara – e a rede de para-farmácias que detém na Polónia – Hebe – “geraram, em conjunto, perdas de 47 milhões de euros ao nível do EBITDA” no primeiro semestre de 2017, sendo a Ara “responsável por cerca de 85% do total”. “Excluindo o impacto do investimento na Ara e na Hebe”, adianta, o grupo JM “registou um aumento de 11,3% do EBITDA no semestre".

No final de Junho último, a holding de distribuição tinha uma dívida líquida de 84 milhões de euros, isto já após o pagamento de dividendos de 380 milhões de euros em Maio, relativos ao exercício de 2016.

Nos primeiros seis meses de 2017, o grupo investiu 249 milhões de euros, recebendo a cadeia polaca Biedronka mais de um terço do total (34,8% ou 86 milhões de euros). Seguiu-se a colombiana Ara (com 25% do total ou 62 milhões de euros) e a distribuição em Portugal (leia-se Pingo Doce e Recheio) com 22,1%, ou 55 milhões de euros.

Vendas sobem 11,4%

Entre Janeiro e Junho deste ano, a JM SGPS consolidou vendas de 7,75 mil milhões de euros, um crescimento de 11,4% face aos primeiros seis meses do ano passado. As vendas tiveram uma progressão de 13,7% no segundo trimestre, melhor que o crescimento de 9% verificado no primeiro trimestre do ano (por comparação com o período homólogo de 2016). Isso verificou-se, também, porque a Páscoa, este ano, foi celebrada a 16 de Abril (segundo trimestre) e em 2016 foi celebrado a 27 de Março (primeiro trimestre).

Deste total, a rede alimentar Biedronka, que fechou o semestre com 2.741 unidades no mercado polaco, perfez 68,4% (um peso superior em 1,2 pontos percentuais ao verificado 12 meses antes), totalizando 5,3 mil milhões de euros de vendas (mais 13,4% em euros).

Ainda na Polónia, a JM foi buscar outros 75 milhões de euros de vendas (mais 56%) através da operação da cadeia Hebe (160 para-farmácias). No total, grosso modo, a Polónia representou assim 69,4% das vendas consolidadas pela JM no primeiro semestre de 2017.

Em Portugal, a JM obteve 28,1% das vendas consolidadas no semestre: as 417 unidades de retalho alimentar Pingo Doce fizeram 1,73 mil milhões de euros (mais 3,1%, incluindo combustível, do que um ano antes) e representativas de 22,4% do total vendido; e os 43 “cash & carry” da grossista Recheio venderam 442 milhões de euros (mais 8,6% que no primeiro semestre de 2016), equivalente a um peso de 5,7%.

Na Colômbia, último mercado de expansão da JM por ordem cronológica, o grupo fechou o primeiro semestre de 2017 com 269 unidades de retalho alimentar, em que as vendas subiram 81,9% (com 48 novas lojas abertas), para 185 milhões de euros. A Ara passou de um peso de 1,5% nas vendas da JM no primeiro semestre de 2016 para 2,4%, um ano depois. 

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