Islândia levanta controlo de capitais nove anos após colapso financeiro

Ponto final num ciclo que trouxe a mais grave recessão económica da ilha em seis décadas.

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Mar Gudmundsson, governador do banco central da Islândia, o primeiro-ministro Bjarni Benediktsson e Benedikt Johannesson, ministro das Finanças. Reuters/GEIRIX

O Governo islandês anunciou no domingo em Reiquiavique o fim das últimas medidas de controlo de capitais para empresas, fundos de pensões e particulares. As restrições tinha sido uma consequência da crise bancária de 2008, e o seu levantamento chega ao fim de nove anos. É o ponto final num ciclo que trouxe a mais grave recessão económica da ilha em seis décadas e que mergulhou os islandeses num período inédito de turbulência política.

"O remoção do controlo de capitais, que estabilizou a moeda e a economia durante uma crise financeira sem precedentes, representa o culminar do regresso da Islândia aos mercados financeiros internacionais", indicou uma nota do Ministério das Finanças, citado pela Reuters.

Já o primeiro-ministro Bjarni Benediktsson afirmou, em conferência de imprensa, que a decisão vai “contribuir para uma maior confiança [dos investidores] na economia islandesa”. O fim das restrições à entrada de capitais, disse Benediktsson, “facilitará o investimento estrangeiro directo” na ilha. 

No mesmo dia, o banco central islandês anunciou também a compra e repatriamento de fundos que foram bloqueados em offshores no contexto das batalhas judiciais que se seguiram ao colapso da banca daquela ilha nórdica. Os fundos foram adquiridos com o objectivo de “salvaguardar a economia de instabilidades monetárias, cambiais e financeiras"

As últimas notícias surgem numa altura em que a economia da Islândia volta a crescer devido em grande parte a um aumento recorde do turismo. De acordo com a Bloomberg, a economia expandiu 7,2% em 2016, impulsionada também pela recuperação do investimento privado e do consumo das famílias. O desemprego caiu para os 3%. Ao longo do mesmo ano, a coroa islandesa valorizou 18% face ao euro.

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