Instituições de garantia mútua de todo o mundo decidem organizar-se em rede

Criação da Global Network of Guarantee Institutions pretende dar voz única ao sector.

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sociedades de garantia mútua facilitam a concessão de crédito a pequenas e médias empresas. Dado Ruvic/Reuters

As instituições de garantia de crédito para Pequenas e Médias Empresas (PME) vão passar a organizar-se numa rede global para melhor se afirmarem junto de governos, bancos centrais, organismos multilaterais, agências públicas e banca comercial, foi anunciado esta segunda-feira.

Decidida durante o Fórum Global de Líderes das Entidades de Garantia de Crédito para PME que se realizou na sexta-feira, no Porto, por ocasião do Encontro Anual da Associação Europeia de Garantia Mútua (AECM), a criação da Global Network of Guarantee Institutions (GNGI) visa permitir à indústria mundial do sector "falar a uma só voz".

Segundo adiantou à agência Lusa o presidente da portuguesa SPGM -- Sociedade de Investimento, José Fernando Figueiredo, que com o congénere sul coreano Seoh Geun-woo irá coordenar a activação da GNGI, pretende-se que a indústria mundial do sector da garantia de crédito passe a ser "olhada com outros olhos" pelos dirigentes de organizações como o Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e o G20.

A criação da GNGI - que está aberta a operadores de todo o mundo, independentemente do modelo de organização (público, privado ou mutualista) - era uma "ambição antiga" das instituições de garantia de crédito para PME dos países que mais valorizam este tipo de instrumentos financeiros.

"A activação desta rede mundial vem abrir novas perspectivas às instituições de garantia de crédito para PME, que globalmente terão mais de 500 mil milhões de dólares de garantias em carteira", referem os organizadores, convictos que ligados em rede terão "respostas mais consistentes às necessidades das PME no acesso ao crédito para a criação de negócios, investimento, reestruturação ou internacionalização".

No encontro anual da AECM estiveram representadas 42 organizações de 21 dos 28 estados-membros da União Europeia, da Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Rússia e Turquia, operadores congéneres de vários países da Ásia, América e África e as suas associações regionais, fundos de garantia e responsáveis da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Banco Mundial, SME Finance Forum e G20.

Antes do Fórum Global de Líderes de Entidades de Garantia de Crédito para PME, realizaram-se a assembleia geral anual da AECM, na quarta-feira, e uma conferência internacional, no dia seguinte, em que esteve em debate o papel deste tipo de operadores financeiros à sucessão nas empresas familiares.

 

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