Governo prepara linha de crédito para produtores de leite e carne

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Capoulas Santos, ministro da Agricultura Miguel Manso

O ministro da Agricultura disse neste sábado que o Governo vai criar uma linha de crédito, para acudir a situações de tesouraria dos produtores de leite e suinicultores, e que encara a manifestação de Braga "com a maior das naturalidades".

Os produtores de leite e carne voltam à rua no dia 31, com uma concentração em Braga, frente à Feira Internacional de Agricultura AGRO, e asseguram que "a luta vai continuar", até que sejam tomadas medidas para a viabilidade do sector.

Confrontado hoje com o assunto, à margem de uma visita à aldeia de Bendada, concelho do Sabugal, distrito da Guarda, onde participou num debate sobre um debate sobre Que fazer com o país das aldeias?, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse aos jornalistas que encara o protesto, "com a maior das naturalidades".

"Eu aceito perfeitamente que, quando as pessoas estão em dificuldades, sentem que devem protestar e esses protestos têm sido dirigidos contra o Governo, contra as grandes superfícies, que entendem que adquirem produtos em excesso no estrangeiro", disse.

Capoulas Santos admite que, "quando as pessoas estão insatisfeitas, têm o direito constitucional de manifestar essa insatisfação".

"Mas tenho a certeza de que essas mesmas pessoas - aliás já mo transmitiram, ainda no último Gabinete de Crise - reconhecem e apreciam o esforço que o Governo está a fazer para as ajudar", rematou.

O ministro da Agricultura disse que o Governo "está a procurar encontrar soluções" para ajudar os sectores do leite e da suinicultura", no plano Europeu e no plano nacional.

"Infelizmente, no plano europeu, decisões importantes foram adiadas para Junho. Outras foram já tomadas. A Europa decidiu atribuir financiamento para retirar alguns milhões de litros de leite do mercado, financiando essa recolha de leite e de manteiga, e também manifestou disponibilidade para ajudar os produtores de suínos a retiraram do mercado carne através da armazenagem privada", disse.

Lembrou que, por parte do Governo, "já foi decidido, até ao final do ano, reduzir a comparticipação da Segurança Social em 50%, e foi também decidido criar uma linha de crédito, que irá a Conselho de Ministros, que não será de valor inferior a 20 milhões de euros, para acudir a situações de tesouraria".

"Este é um esforço muito grande dos portugueses para ajudar sectores que estão em dificuldade, e gostaria de lembrar que outros sectores da economia vivem e viveram dificuldades e não tiveram apoio dos contribuintes", afirmou Capoulas Santos.

Disse que alguém classificou as ajudas como "uma mão cheia de nada", o que lhe custa ouvir, porque "são a mão cheia possível que o Governo pode neste momento atribuir a estes dois sectores, para tentar aliviar uma situação que é muito difícil, mas que depende de uma conjuntura externa, de uma conjuntura europeia".

"Nós estamos a ir mais longe do que alguns Estados-membros estão a fazer". "Irei, por isso, continuar a fazer tudo o que estiver ao meu alcance, para ajudar estes dois sectores que vivem momentos, como digo, muito difíceis", assegurou.

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