Governo cria comissão para estudar reforma da ADSE

Grupo de especialistas tem até 30 de Junho para apresentar proposta de reforma do subsistema de saúde da função pública.

Foto
No hospital, o objectivo é avaliar todos os doentes internados com mais de 65 anos Paulo Pimenta

O ministro da Saúde nomeou, nesta terça-feira, uma comissão para estudar a reformulação da ADSE (o subsistema de saúde dos funcionários e aposentados do Estado). Constituída por nove especialistas, a comissão tem até 30 de Junho para apresentar uma proposta que tenha em conta o programa do Governo e as recomendações do Tribunal de Contas.

No despacho (3177-A/2016) publicado nesta terça-feira em Diário da República, o ministro Adalberto Campos Fernandes explica que "a adopção de medidas de reformulação do sistema, nas vertentes jurídica, institucional, estatutária e financeira" deve ser alvo de uma análise ponderada e aprofundada, "pelo que se revela adequado colher os contributos especializados de individualidades de reconhecido mérito”.

A comissão será presidida por Pedro Pita Barros, professor de Economia na Universidade Nova de Lisboa. Além deste especialista na área da Saúde, a comissão é constituída por Eduardo Paz Ferreira, professor de Direito na Universidade de Lisboa; Alexandre Vieira Abrantes, professor na Escola Nacional de Saúde Pública; Fernando Ribeiro Mendes, professor no Instituto Superior de Economia e Gestão e especialista em Segurança Social; José Aranda da Silva, consultor na área da saúde e do medicamento; Margarida Corrêa de Aguiar, especialista em Segurança Social; Rui Miranda Julião, director clínico dos serviços sociais da Câmara de Lisboa; Carlos Liberato Baptista, director-geral da ADSE; e Maria Eugénia de Almeida Pires, especialista em economia financeira e adjunta do secretário de Estado da Saúde.

Estes responsáveis reunirão de acordo com um plano ainda a definir e a comissão poderá ouvir as entidades “que considere convenientes” para apresentar, “até ao dia 30 de Junho de 2016 uma proposta de projecto de enquadramento e regulação que contemple a revisão do modelo institucional, estatutário e financeiro da Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE), de acordo com o previsto no Programa do Governo e, tendo em conta, as recomendações do Tribunal de Contas”.

De acordo com o despacho, os membros da comissão renunciaram a qualquer tipo de remuneração pelos trabalhos realizados.

Há várias propostas em cima da mesa quanto ao futuro da ADSE. O programa do Governo prevê que a gestão do subsisitema tenha representantes dos beneficiários.

No Orçamento do Estado para 2016, prevê-se alargar o universo de beneficiários aos filhos entre os 26 e os 30 anos, aos cônjuges (incluindo os que descontam para outros sistemas de segurança social) e aos trabalhadores do Estado com contrato individual de trabalho. A base destas alterações foi o relatório de actividades para 2015 da ADSE, que chegava mesmo a pôr em cima da mesa a criação de serviços de saúde próprios.

Há ainda que ter em conta as recomendações de uma auditoria recente do Tribunal de Contas, que concluiu que o desconto exigido aos trabalhadores e aposentados do Estado (3,5% dos seus rendimentos) para beneficiar da ADSE é exagerado e aponta vários problemas ao sistema.

 

Sugerir correcção
Comentar