Despesa de Portugal com produtos energéticos atinge o valor mais baixo em dez anos

País importou mais produtos energéticos, mas o valor despendido recuou graças à descida do preço crude. Exportações caíram.

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As exportações de produtos refinados subiram 31,1% em 2015 Paulo Ricca

O saldo importador de produtos energéticos atingiu no ano passado “o valor mais baixo da última década” – 3693 milhões de euros – à boleia da descida do preço do petróleo. O valor representa uma melhoria de 35,6% face a 2014, referem os dados divulgados da Direcção-geral de Energia e Geologia (DGEG), referentes à importação e exportação de produtos energéticos em 2015. Por exemplo, em 2007 o saldo importador superava os 6400 milhões de euros.<_o3a_p>

O valor global das importações reduziu-se 22,4%, para um total de 8095 milhões de euros, “devido, sobretudo, à conjuntura favorável de queda dos preços do crude e seus derivados”. Segundo a DGEG, “ao longo dos últimos quatro anos, 2015 foi o ano que registou o valor mais baixo do total de importação de produtos energéticos, com destaque para a queda do peso do petróleo”. Em 2012, o valor das importações superava os 11 mil milhões.<_o3a_p>

A melhoria do saldo importador deu-se apesar de o país ter “aumentado as quantidades importadas de quase todos os produtos energéticos”. No caso do petróleo (ramas), a quantidade importada aumentou 24,1%, mas o valor caiu 21,2%, para 4813 milhões de euros.<_o3a_p>

Os refinados (como as gasolinas, o butano, o propano e os lubrificantes), e o coque de carvão destoaram face ao aumento generalizado das quantidades importadas, com quedas de 10,7% e 0,4%, respectivamente.<_o3a_p>

Por outro lado, como destaca a DGEG, o país “exportou bastante menos”: as vendas ao estrangeiro encolheram 6,1%, para 4402 milhões de euros. As excepções foram os refinados (que representam 90% do total exportado) e os biocombustíveis, cujas vendas aumentaram 32,1% e 21,3%, respectivamente.<_o3a_p>

Assim, apesar de a descida generalizada dos preços médios de importação ter tido um reflexo positivo na factura portuguesa, em termos de exportações o efeito foi negativo, quer pelas menores quantidades vendidas, quer pela conjuntura de preços.<_o3a_p>

Por exemplo, no caso da electricidade, Portugal importou 4543 GWh (gigawatts/hora) em 2015, acima da energia importada em 2014 (mais 11,2%), mas com um custo menor (261 milhões de euros ou menos 0,9%). Do lado das exportações, a electricidade vendida diminuiu para 2279 GWh (menos 28,4%) e o valor recebido caiu 28,1% face a 2014, para 111 milhões.<_o3a_p>

No caso dos refinados, as exportações subiram 31,1% (9064 milhões de toneladas), mas o valor recebido caiu 5,5% na comparação com 2014, para cerca de 4503 milhões de euros.<_o3a_p>

A DGEG destaca ainda que, em termos reais (excluindo o efeito da inflação), o saldo importador registou uma melhoria de 46,3% (1984 milhões de euros).<_o3a_p>

No que se refere ao peso das importações de produtos energéticos no conjunto das importações da balança de mercadorias, registou-se uma melhoria de 4,3 pontos em 2015, para 13,5%. <_o3a_p>

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