Estado só conseguiu encaixar 12% das receitas previstas com leilão de imóveis

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Havia 15 imóveis à venda e só foram comprados três Joana Freitas

A expectativa era arrecadar perto de dois milhões de euros num só dia, mas só apareceram compradores para três apartamentos, cuja venda rendeu apenas 227 mil euros aos cofres públicos.

Tal como em leilões anteriores, as hastas públicas realizadas ontem para vender património imobiliário do Estado ficaram muito aquém das expectativas. O objectivo era encaixar 1,94 milhões de euros num dia, mas, dos 15 activos à venda, apenas três foram adquiridos.

A alienação destes três imóveis (dois na Covilhã e um em Lisboa) rendeu menos de 227 mil euros aos cofres públicos, ou seja, 11,7% das receitas que estavam previstas. O activo mais valioso, um centro de secagem de Alcácer do Sal que estava à venda por 665 mil euros, foi retirado das hastas, refere o documento publicado no site da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, sem justificar o motivo.

Este foi o primeiro leilão de património público deste ano. Trata-se de uma estratégia já seguida em 2011, ano em que foram realizadas três mega-operações de alienação de imóveis do Estado, com resultados semelhantes ao de ontem.

Os leilões realizados em Fevereiro, Junho e Dezembro tinham um encaixe esperado de praticamente 21,3 milhões de euros, mas ficaram-se por 2,67 milhões ou seja, apenas 12,5% das receitas esperadas pelo Estado.

Nas hastas de Fevereiro, conseguiu-se encaixar 44,3% do dinheiro previsto, mas os indicadores caíram drasticamente em Junho. Neste mês, apenas se conseguiu vender cinco dos activos se encontravam em leilão (de um total de 53).

Em Dezembro, os resultados não foram muito melhores, tendo as receitas alcançadas ficado por 11,3% dos 8,5 milhões de euros esperados.

Uma das justificações por detrás desta retracção na procura é a ausência de disponibilidade financeira imediata por parte de potenciais compradores.

É que, para adquirir estes imóveis, é necessário avançar no momento 25% do valor. Os restantes 75% têm de ser pagos 20 dias após a adjudicação definitiva, a pronto pagamento ou em prestações, que têm um limite de três por semestre e que estão associadas a uma taxa de juro de 7%.

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