Estado reduz participação na tecnológica EID para 20%

Britânica Cohort anunciou a compra de 56,89% da empresa portuguesa por 10,7 milhões de euros, onde o Estado tinha 43%

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Uma das áreas de especialização da EID são as comunicações navais Rui Gaudêncio

A empresa britânica Cohort anunciou nesta terça-feira a compra de 56,89% da tecnológica portuguesa EID por 10,7 milhões de euros. A Cohort avançou ainda que pretende adquirir mais 23%, ficando o Estado português com uma participação de 20%.

Num comunicado divulgado pelo RNS London Stock Exchange, organismo de regulação e informação financeira da bolsa de Londres, a Cohort anunciou que completou o processo de compra. Os 56,89% agora detidos pela empresa correspondem à parte detida pelos privados EFACEC, Rohde & Schwartz e cuja venda estava a ser negociada desde Agosto do ano passado.

No mesmo comunicado, a Cohort, que propôs inicialmente a compra de 100% do capital da empresa, anunciou agora que pretende adquirir cerca de metade da participação detida pelo Estado português, para ficar com 80 % do total da EID.

Actualmente, o Estado português detém 43% da EID, 38,57% através da EMPORDEF (Empresa portuguesa de Defesa, holding que gere as participações públicas na área da Defesa) e 4,52% do IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação).

O objectivo da Cohort é atingir os 80% do capital da tecnológica portuguesa "a um custo total de 15 milhões de euros", sendo que o calendário para a operação está dependente "das necessárias autorizações por parte do Governo português".

"Como parte deste processo, concordámos em negociar determinados direitos de forma a assegurar a participação e interesses do Estado português", refere o comunicado.

No relatório de actividades, disponível no site da empresa, a Cohort afirma que pretende adquirir mais 23% da EID até 31 de Outubro o que, a confirmar-se, deixa o Estado português com uma participação de 20%.

O acordo que está a ser negociado, adianta a Cohort, permite assegurar "alguma protecção aos interesses estratégicos" de Portugal ao mesmo tempo que permite a liderança da Cohort na gestão diária da tecnológica portuguesa.

Contactado pela Lusa, fonte oficial do ministério da Defesa confirmou as negociações em curso com a Cohort, incluindo a intenção de "salvaguardar os interesses estratégicos" do Estado na EID.

Em Janeiro, o ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes revelou no parlamento a intenção de manter uma participação pública na EID, cuja venda tinha sido negociada com o anterior governo.

A EID é uma empresa portuguesa de alta tecnologia, especializada em comunicações navais, comunicações tácticas e sistemas de informação, e atua no mercado da Defesa em geral, empregando cerca de 140 trabalhadores.

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