Empresas portuguesas vão a Cuba antecipando o fim do embargo americano

Governo cubano tem-se mostrado mais receptivo ao investimento estrangeiro.

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Nos últimos anos têm aumentado tanto as exportações para Cuba Enrique de la Osa/Reuters

A AEP - Associação Empresarial de Portugal realiza esta semana uma missão empresarial a Cuba, que conta com 11 empresas, para procurar oportunidades numa economia que se espera que ganhe dinamismo com o eventual fim do levantamento do embargo norte-americano.

A comitiva é composta sobretudo por empresas ligadas ao sector da construção e a missão decorre entre domingo e a próxima sexta-feira, com os representantes empresariais a terem em Havana várias reuniões e contactos institucionais, o que acontece semanas antes da visita histórica do Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, a Cuba, marcada para 21 e 22 de Março.

"A nossa opção foi chegar o mais cedo e o mais depressa possível, aproveitando para reforçar o relacionamento económico bilateral. No dia em que os Estados Unidos levantarem o embargo, cairá o último muro da Guerra Fria. E o livre comércio internacional, Portugal incluído, ganhará com isso", afirmou o presidente da AEP, Paulo Nunes de Almeida, citado no comunicado.

Em meados de Janeiro, Obama apelou mais uma vez ao Congresso norte-americano para que levantasse o embargo económico àquele país das Caraíbas com mais de 11,2 milhões de habitantes, que dura há 54 anos, um ano após o início de uma normalização diplomática histórica entre os dois inimigos da Guerra Fria.

O objectivo desta missão empresarial portuguesa é precisamente começar a preparar esse momento para intensificar as relações comerciais e numa altura em que o Governo cubano se mostra mais receptivo à iniciativa privada e investimento estrangeiro.

A AEP considera que Portugal tem várias empresas e sectores em condições de entrar naquele país, nomeadamente de materiais de construção, energias renováveis, agro-indústria, moldes, tratamento de resíduos, têxteis, calçado, turismo e ainda equipamento médico hospitalar.

No entanto, para já, a comitiva tem sobretudo empresas ligadas à construção, designadamente de fechaduras e dobradiças, pedras e rochas ornamentais, plásticos técnicos e tratamento de superfícies, mas também distribuidores grossistas, instaladores técnicos e fabricantes de mobiliário, refere a organização, que é composta pela AEP, mas também pela Câmara de Comércio Portugal-Cuba.

Segundo a AEP, que cita dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em 2015 Portugal exportou 45,9 milhões de euros para Cuba, sendo que as importações foram de 26,8 milhões de euros, numa balança comercial favorável para Portugal.

Nos últimos anos têm aumentado tanto as exportações de Portugal para Cuba, assim como as importações.

Cuba compra habitualmente a Portugal produtos plásticos e de borracha, assim como máquinas e aparelhos, metais, minérios e produtos químicos. Já as importações são sobretudo de produtos alimentares.

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