Elevada procura coloca preço da lagosta em máximos de uma década

Preço do quilograma tem vindo a subir e regista um aumento de 50% nos EUA, face a 2013.

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O sucesso dos novos restaurantes está a incentivar o aumento de preços FEDERICO PARRA/AFP

A lagosta, categorizada como um produto de luxo, tornou-se mais acessível nos últimos anos, mas o seu preço poderá voltar a subir, impulsionado por um aumento da procura.

Principalmente no mercado americano e britânico, o crescimento de cadeias de restaurantes de hambúrgueres e lagostas fez com que este tipo de crustáceo se popularizasse na maioria dos países ocidentais e a preços acessíveis.

Agora, com o aumento da procura, os preços atingiram o pico dos últimos 11 anos: cerca de 10,88 euros por kg (correspondente a 6 dólares por libra de peso, preço para o mercado americano, segundo dados citados pelo jornal Financial Times (FT).

Em 2013, no mesmo mercado, o kilograma de lagosta era vendido a 7,2 euros. Este aumento aconteceu depois de uma crise na indústria de pesca do marisco, que sofreu na pele as consequências da recessão financeira mundial de 2008, altura em que a procura deste produto apreciado pelas classes mais altas caiu a pique. Além disso, acrescenta o mesmo jornal, registou-se também uma crise no lado da oferta, devido ao aquecimento das águas nas zonas americanas de maior produção, o que fez com que o mercado da lagosta atingisse mínimos históricos. Efeito colateral? A lagosta passou a ser acessível a classes com menor poder de compra.

Aproveitando a queda dos preços, o mercado asiático conheceu um assinalável crescimento e algumas cadeias de retalho, como o Lidl, apostaram na venda de lagostas congeladas e a preços baixos. Assim, a crescente popularidade obrigou a um aumento contínuo da oferta, especialmente na América do Norte, que não conseguiu acompanhar a evolução dos preços.

Estima-se que em 2015 as quantidades de lagosta a chegar aos portos americanos aumentaram 80%, face a 2005, e mais 60% desde 2009, altura em que os preços começaram a cair.

O FT dá conta também que as importações globais aumentaram cerca de 7% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2015. No caso dos Estados Unidos, as importações cresceram 20%. Apesar de a compra deste produto por parte da China ter diminuído, devido a um crescimento económico mais lento, o mercado asiático não perdeu força: Coreia do Sul, Japão e Tailândia aumentaram as importações.

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