Efeito da greve nos transportes vai sentir-se antes da meia-noite
A greve geral convocada pela CGTP só arranca oficialmente às 0h desta quinta-feira, mas os impactos da paralisação começam a sentir-se antes da meia-noite nos transportes. A PSP prevê trânsito condicionado no centro de Lisboa a partir das 13h por causa das concentrações de trabalhadores.
Na CP, a circulação dos comboios urbanos de Lisboa e Porto deve sofrer perturbações quando forem 22h.
No metro de Lisboa, independentemente da adesão dos trabalhadores, as portas das estações do metropolitano vão fechar às 23h20 desta quarta-feira e só voltam a abrir às 6h30 de sexta-feira.
O Conselho Económico e Social não decretou serviços mínimos nem para os metropolitanos de Lisboa e do Porto, nem para a Soflusa/Transtejo.
Neste caso, as ligações entre as duas margens do Tejo vão parar ainda antes do arranque oficial da greve convocada pela CGTP e só voltam a normalizar na madrugada de sexta-feira.
Em Lisboa, os autocarros da Carris terão 13% de serviços mínimos e asseguram a circulação de metade de 11 carreiras.
A STCP, que opera os autocarros no Porto, tem serviços mínimos definidos para 22 carreiras. Para a Metro do Porto, estão previstos constrangimentos, embora o eixo central não deva ser afectado.
Trânsito condicionado em LisboaPara a tarde de quinta-feira, as estruturas sindicais da CGTP têm agendadas concentrações em 38 localidades.
As concentrações marcadas em Lisboa deverão provocar constrangimentos no trânsito do centro da capital. O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP prevê que as zonas do Rossio, da praça Marquês de Pombal e da Assembleia da República sejam as mais condicionadas devido às concentrações de trabalhadores previstas para esses locais.
Os agentes policiais vão estar no terreno a fazer o desvio do trânsito, informando os condutores sobre as alternativas, e garantindo o acesso dos moradores, a garagens, emergências, serviços de hotéis e comércio.
Serviços públicos fechadosA Frente Comum, ligada à CGTP, espera uma "grande" adesão dos trabalhadores do Estado à paralisação de amanhã.
Luís Pesca, dirigente daquela estrutura, garante que haverá serviços da Segurança Social encerrados e que nos serviços centrais poderá haver atrasos no processamento das prestações sociais.
As repartições de Finanças também deverão sofrer perturbações, uma vez que o Sindicato dos Trabalhadores do Impostos decidiu aderir.
Também nas autarquias há a expectativa de uma forte participação.
Entretanto, na semana passada, o Governo decidiu suspender a recolha dos dados de adesão à greve em tempo real na função pública, por considerar que este processo em nada tem contribuído para acabar com as guerras de números entre Governo e sindicatos.
Incertezas na educaçãoOs sindicatos de professores e da função pública, afectos à CGTP, prevêem que no sector da educação a adesão à greve geral seja idêntica à registada na paralisação de 24 de Novembro, que foi convocada também pela UGT. Segundo a Fenprof, a adesão à greve nas escolas foi de 60% a 85%, tendo centenas delas encerrado. Dados do Governo apontaram para uma adesão de cerca de 2%.
Funcionários judiciais aderem à greveO Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) vai aderir à greve geral, contra “a política seguida” nos últimos anos, mas outros sindicatos da justiça ficam de fora, escreve a Lusa.
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público e a Associação Sindical dos Funcionários da Investigação Criminal (ASFIC) da Polícia Judiciária (PJ) não aderiram ao protesto, mas os responsáveis das estruturas sindicais afirmaram à agência noticiosa que os associados são livres de fazer greve se assim o entenderem.
Saúde a meio-gásNas unidades do Serviço Nacional de Saúde, há serviços mínimos garantidos, mas é provável que haja "grandes perturbações" nas consultas e nas cirurgias programadas, antecipa Paulo Taborda, da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, que representa o pessoal auxiliar e administrativo, além dos técnicos de diagnóstico e terapêutica.