Desemprego sobe para 12,2% no último trimestre de 2015

INE dá conta de quase 634 mil desempregados. Taxa média anual caiu para 12,4%.

Nos primeiros 11 meses de 2011 foram despedidos 6917 trabalhadores
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A taxa de desemprego para o conjunto do ano foi de 12,4%. Miguel Madeira
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A taxa de desemprego ficou nos 12,2% nos últimos três meses do ano, tendo registado um agravamento de 0,3 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que dá conta de quase 634 mil desempregados, mais 15 mil do que no trimestre que terminou em Setembro.

O aumento trimestral do desemprego ocorre depois de a taxa ter estabilizado nos 11,9%, entre o segundo e o terceiro trimestres do ano.

O agravamento trimestral da taxa de desemprego notou-se em particular nos homens (mais 15.800 desempregados), que concluíram o ensino secundário ou pós-secundário (mais 17.900) e que estavam à procura de primeiro emprego (mais 9000). Entre os trabalhadores que procuravam novo emprego, registou-se um agravamento daqueles que antes tinham trabalhado na agricultura, produção animal e pesca (mais 5900) e no sector dos serviços (mais 5800).

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Na recta final de 2015, o INE dá conta de uma diminuição de 0,3 % do emprego, uma tendência que já era notória nos dados mensais divulgados recentemente pelo INE. Havia 4561,5 mil de pessoas empregadas, menos 13,8 mil do que nos três meses anteriores.

O decréscimo trimestral da população empregada ocorreu sobretudo nas mulheres (menos 17.200), nas pessoas dos 15 aos 34 anos (menos 26.300) e que tinham, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico (menos 43.000). A agricultura, produção animal e pesca foi o sector que mais emprego perdeu (menos 19.000), seguindo-se a indústria e a construção (menos 5200). O emprego por conta de outrem também registou um recuo de 8200 pessoas.

Os dados do INE mostram ainda uma redução da população empregada a tempo completo (-0,8%), enquanto o emprego a tempo parcial aumentou 3,7% no trimestre. O fenómeno do subemprego a tempo parcial (pessoas que trabalhavam a tempo parcial, mas que pretendiam trabalhar a tempo completo) também aumentou em 10,4%.

Na comparação com 2014, verifica-se uma melhoria das condições do mercado de trabalho. O desemprego a recuou 1,3 pontos percentuais, o que corresponde a menos 64,4 mil pessoas desempregadas. A população empregada teve um acréscimo de 69,9 mil pessoas (mais 1,6%).

Taxa média anual recuou para 12,4%
Olhando para a média de 2015, a taxa de desemprego fixou-se em 12,4%, o que representa uma diminuição de 1,5 pontos percentuais em relação a 2014. Esta taxa corresponde a 646,5 mil desempregados, menos 79,5 mil do que no ano anterior.

A população empregada registou um acréscimo de 49,2 mil pessoas, para um total de 4 548,7 mil.

Fim do Verão traz aumento recorde do desemprego no Algarve
O Algarve foi a região que mais sofreu com o agravamento do desemprego. Do terceiro para o quarto trimestre, com o fim da época alta de VErão, a taxa de desemprego passou de 10,2% para 12,9% (mais 2,7 pontos percentuais), o aumento mais elevado entre as sete regiões do país e bem acima da média nacional (que foi de 0,3 pontos percentuais).

Mas não foi só no Algarve que o aumento do desemprego superou a média. O mesmo aconteceu no Alentejo (1,5 pontos percentuais), no Centro (0,8 pontos) e nos Açores (0,5 pontos).

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo INE mostram que a taxa de desemprego foi superior à média nacional (12,2%) na Madeira (14,7%), no Norte (13,5%), no Alentejo (13,3%), no Algarve (12,9%), nos Açores (12,6%) e em Lisboa (12,5%). Abaixo da média encontrava-se apenas o Centro (9%).

Apesar de o Algarve ter sido a região onde o desemprego mais aumentou em relação ao trimestre anterior, o panorama é ainda assim melhor do que o verificado em 2014. O INE revela que em relação ao trimestre homólogo, esta está entre as regiões onde o desemprego mais caiu.

Os três maiores decréscimos homólogos verificaram-se nos Açores (menos 2,9 pontos percentuais), no Algarve (menos 2 pontos percentuais) e no Centro (menos 1,7 pontos percentuais).

Nas restantes regiões, o desemprego também registou reduções reduziu-se, embora menores ,seguindo a tendência nacional.

Nas estimativas trimestrais, o INE considerada a população com 15 e mais anos e os dados apresentados não têm em conta o efeito das actividades sazonais. As estimativas mensais, divulgadas pelo INE desde Novembro de 2014 consideram o grupo dos 15 aos 74 anos e apresentam dados ajustados de sazonalidade.

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