Desconvocada greve de quatro dias dos tripulantes de cabine da SATA

Paralização estava agendada para os dias 23, 24, 25 e 26 de Agosto.

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Greve estava prevista para a próxima semana Manuel Roberto

A greve de quatro dias dos tripulantes de cabine da transportadora aérea açoriana SATA, que deveria realizar-se na próxima semana, foi desconvocada, anunciou o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

"[Desconvocámos a greve] por termos recebido imensos pedidos da diáspora, emigrantes, dos próprios residentes dos Açores, invocando que esta situação iria trazer graves prejuízos à sociedade, não só à SATA, mas à sociedade, e, perante todos estes apelos, já que a SATA não tem bom senso, nós decidimos em assembleia geral tê-lo", afirmou à Lusa o director do SNPVAC, Bruno Fialho.

O SNPVAC tinha emitido um pré-aviso de greve com início na quarta-feira, 23 de Agosto, e que se estenderia até sábado, 26 de Agosto.

A concretizar-se, esta seria a terceira paralisação este ano dos tripulantes de cabine da companhia. A primeira ocorreu a 1 e 2 de Maio e última a 1 e 2 de Junho.

Após uma assembleia geral de quatro horas, Bruno Fialho adiantou que "foi decidido expor a actuação que a administração" da SATA está a ter, obrigando os tripulantes de cabine "a tomar medidas mais duras na greve".

"No entanto, como o que a administração quer é com esta greve de quatro dias em Agosto esconder a má gestão e os prejuízos que têm atingido, os tripulantes de cabine, que não querem nem prejudicar os Açores, nem os açorianos, decidiram desconvocar para este mês a greve", referiu o sindicalista, salientando não se tratar de um recuo e avisando que a luta vai continuar "mais à frente".

Segundo Bruno Fialho, os tripulantes de cabine, "em Setembro, em Outubro, numa época que não seja tão danosa para os interesses da região", vão prosseguir a luta. "Não queremos fazer lutas, assim nos estão a obrigar. Com que intuito? Fica a pergunta no ar", acrescentou.

"Iremos realizar novas formas de luta, nomeadamente outra greve, se calhar em Setembro, se a administração continuar com esta posição irredutível", declarou.

O sinidcato, acrescentou, vai "continuar a exigir o cumprimento da lei, do acordo de empresa e dos protocolos assinados, com recurso a todas as formas de luta possíveis".

"O que estava aqui em causa era a falta de bom senso da SATA. Obrigar-nos a uma paralisação que traria graves prejuízos à região autónoma, mas que para a SATA não parece importar", acrescentou, referindo que, no passado, a direção do sindicato esteve mandatada para convocar uma greve de quatro dias, a administração da companhia sabia e "foi sempre intransigente".

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