Depois de Lagarde, Lagarde

A actual directora geral do FMI não tem adversários para o cargo.

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Lagarde dirige o fundo desde 2011 Dominick Reuter/ Reuters

A actual directora do FMI, Christine Lagarde, é a única candidata à sua própria sucessão à frente do fundo.

O mandato de Lagarde está a terminar e o FMI abriu no mês passado o período de apresentação de candidatos, que podem ser nomeados por governadores ou directores executivos do próprio fundo. A ex-ministra francesa, que granjeou de imediato várias opiniões favoráveis à recondução, acabou por ser o único nome proposto.

“O período para submeter nomeações para a posição de próximo director terminou na quarta-feira, 10 de Fevereiro. Foi nomeado um candidato, a actual directora Christine Lagarde”, afirmou esta quinta-feira o director executivo Aleksei Mozhin, num comunicado, afirmando que o objectivo é “completar o processo de selecção tão cedo quanto possível”.

A recondução surge sem surpresas. Quando anunciou o interesse num novo mandato, Lagarde elencou apoios de peso: “Tive a honra de receber desde o início do processo os apoios da França, Reino Unido, Alemanha, China e Coreia do Sul”, afirmou a antiga ministra de Sarkozy, que em 2011 substituiu o compatriota Dominique Strauss-Kahn, envolvido num escândalo sexual, que o afastou do fundo, bem como de uma candidatura à presidência francesa. Também os EUA já expressaram o seu agrado com a continuação.

Apesar dos vários apoios, o percurso de Lagarde não está isento de controvérsia. Em França, enfrenta uma batalha judicial que remonta ao tempo em que era ministra das Finanças e autorizou um pagamento milionário por parte do Estado a um empresário. A directora geral do FMI vai ser julgada por negligência nesse caso, sobre o qual tem repetidamente afirmado ser inocente.

Lagarde, hoje com 60 anos, tornou-se em 2011 a primeira mulher à frente do FMI, a cujos empréstimos os países podem recorrer em casos de dificuldades financeiras.

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