Depois da fruta desidratada, Frueat vira-se para os vegetais e prepara nova linha de bolachas

Investimento de 1,5 milhões de euros em nova fábrica vai permitir à Frueat produzir para mais mercados e lançar-se em novos negócios.

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Com o investimento, a produção aumenta dos 1,5 milhões de embalagens por ano para 20 milhões Adriano Miranda

Depois da fruta, vieram os vegetais. E a seguir serão as bolachas. A Frueat, empresa de snacks de Viseu fundada em 2013, prepara-se para inaugurar uma nova fábrica na quinta-feira, com um investimento de 1,5 milhões de euros (35% de comparticipação comunitária) que vai permitir não só acelerar a produção e entrar em novos mercados, como dar fôlego ao lançamento de novas áreas de negócio.

Filipe Simões, director da empresa, conta que até agora a pequena unidade fabril onde se produz os snacks da marca Fruut só conseguia responder, sobretudo, às encomendas de clientes em Portugal e em Espanha. Com o investimento, a produção aumenta dos 1,5 milhões de embalagens por ano para 20 milhões. E as vendas deverão atingir em 2017 cerca de três milhões de euros (cifraram-nos nos 1,1 milhões o ano passado).

“O nosso objectivo é implementar a marca no mercado interno (ainda temos muitos passos para dar) mas, agora, a intenção é crescer nos mercados externos. Há os destinos estratégicos e os de oportunidade”, diz o gestor. O Norte da Europa encaixa na primeira descrição. A empresa está a tentar fechar acordos de distribuição e a retomar contactos de potenciais clientes. “Até agora para responder a Portugal e a Espanha sem rupturas estivemos um ano sem desenvolver esforços no mercado internacional. Só o fizemos quando tivemos condições para isso”, continua. Dubai, França e Japão são já os novos clientes em carteira.

Filipe Simões admite que os constrangimentos na capacidade de produção limitaram o crescimento da empresa. “Estávamos a laborar 24 horas por dia, a três turnos, para conseguir responder e com a nova linha temos de rentabilizar e dar a conhecer a marca a muitos outros países”, afirma.

Apesar de a fruta desidratada ser, para já, o produto que mais pesa nas vendas, a Frueat lançou há uma semana vegetais na mesma versão (batata doce e cebola), da marca Veegs. “Acredito que será difícil os vegetais ultrapassarem a fruta. Neste caso, tal como sucedeu quando lançámos a maçã desidratada, vamos ter de aprender a fazer tudo de novo. São vendidos em canais diferentes”, diz, referindo-se, por exemplo, às zonas dos supermercados onde um e outro produto são vendidos. Os vegetais estão na área de produtos saudáveis e dietéticos, enquanto a fruta na zona dos snacks. A expectativa é que, em 2017, os Veegs representem entre 30 a 35% das vendas da empresa.

Além do processo de desidratação de fruta e vegetais, no departamento de investigação e desenvolvimento da empresa está a sair um outro produto, que implica a criação de uma nova área de negócios: bolachas. “Queremos ter uma nova linha de bolachas 100% naturais, com fibra e sabor. Há muita oferta no mercado mas são meramente funcionais”, adianta Filipe Simões. O protótipo está feito e a empresa está a desenhar o plano de negócios. O gestor acredita que, a médio prazo, este será o principal artigo “de maior volume” da Frueat. “Ainda estamos a analisar o quanto precisamos de investir, estamos na fase de avaliar os equipamentos e a decisão de avançar estará relacionada com a dimensão deste investimento. Mas se conseguirmos concretizar este lançamento em 2018 será o produto com mais vendas”, antecipa.

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