Dar impulso à energia solar em Portugal

Portugal tem sol para dar e vender. Se o soubermos vender, vamos poder dar um impulso à economia nacional de maneira limpa.

O Solar Impulse completou recentemente a sua volta ao mundo. Depois das 17 paragens efetuadas e de alguns contratempos ao longo do percurso; 16 meses depois de descolar de Abu Dhabi, o avião movido a energia solar completou com sucesso a missão que muitos achavam ser impossível. Foram 42 mil km totalmente efetuados a energia solar.

Ora, se conseguimos fazer com que um avião dê a volta ao mundo movido exclusivamente a energia solar, por que não usamos mais a energia solar a nível global e concretamente em Portugal? Portugal, que é conhecido por ser um país com sol para dar e vender (se soubermos aproveitar o recurso, vamos poder vender muito), conta com uma média anual de horas de sol entre as 2.200 e as 3.000. No entanto, continuamos sem aproveitar como devíamos este recurso, caso contrário, não teríamos em Portugal apenas 2% da energia elétrica produzida a partir do sol. Sendo 47% do total de energia elétrica produzida em Portugal a partir das energias renováveis, o sol, deveria ter um papel diferente e mais relevante, continuando, no entanto, sem merecer a atenção que merece.

Mas, e por que razão devemos apostar neste tipo de energia? Porque apostar na energia solar é apostar em poupanças económicas que são essenciais no orçamento das famílias e das empresas portuguesas. Estamos a falar de poupanças na ordem dos 40 a 50%, por vezes mais. Assim podemos criar mais emprego especializado e continuar a contribuir para a coesão territorial. É que uma boa parte dos projetos encontra-se localizada em áreas menos favorecidas e, em muitos casos, em vias de desertificação.

Com um número de empregos diretos e indiretos criados pelo setor das energias renováveis em 2013 de 2.811 e 37.916, estima-se que estes valores em 2030 passem a 4602 e 88 023. Por outro lado, em vez de continuarmos a ter uma fatura energética anual na ordem dos 5,7 mil milhões de euros (2014) – isto apesar de em 2015 termos atingido o valor mais baixo da última década, no valor de 3 693 milhões de euros, representado uma melhoria de 35,6%, face a 2014 – podemos passar a exportar energia solar.

É isso mesmo: Portugal tem sol para dar e vender. Se o soubermos vender, vamos poder dar um impulso à economia nacional de maneira limpa.

Director da SunEnergy

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