Criador das bóias de salvamento vai pagar próteses a deficientes

Fundação Noras, constituída esta quinta-feira por Jorge Noras, é presidida pelo padre Vítor Melícias.

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Marcelo Rebelo de Sousa esteve na inauguração da fábrica ANTÓNIO COTRIM/LUSA

As bóias de salvamento a náufragos, uma invenção do português Jorge Noras, também poderão “salvar” algumas pessoas com deficiências ou problemas de locomoção. É que o criador da tecnologia pioneira a nível mundial acaba de constituir a Fundação Noras, para apoiar pessoas com dificuldades nos seus movimentos.

Formalmente criada esta quinta-feira, a Fundação Noras é “constituída pelos valores e bens expressamente afectos pelo fundador”, nos quais se integra “a totalidade de todas as patentes registadas em seu nome e de todos os direitos [royalties] que destes decorrem ou venham a decorrer ou a resultar, directa ou indirectamente”.

A fundação, sedeada no concelho de Torres Vedras, onde está instalada a fábrica que vai produzir os equipamentos de salvamento, pretende “criar e desenvolver soluções de mobilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, bem como o desenvolvimento de pesquisa científica relacionada com a área”.   

A instituição, que será presidida pelo padre Vítor Melícias, arranca com uma dotação orçamental inicial de 500 mil euros, a que se junta outro património, que resulta exclusivamente da doação do seu fundador.

As bóias criadas por Jorge Noras incorporam uma tecnologia inovadora a nível mundial e, por essa razão, são vários empresários de vários países a manifestar interesse em comercializar e produzir a invenção. Entre as inovações da bóia destaca-se o controlo remoto, que permite o seu envio até ao náufrago e o respectivo regresso a terra ou barco, permitindo o salvamento marítimo mais rápido e eficaz, mesmo em condições adversas, como a existência de forte ondulação. Em forma de U, a bóia evita o risco de envolvimento do nadador-salvador nos salvamentos marítimos.

As bóias já começaram a ser fabricadas, na Noras Performance, fábrica inaugurada no início do mês, em Torres Vedras, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O investimento na fábrica terá ascendido a sete milhões de euros, contando com apoios comunitários do Portugal 2020. Com um custo unitário de seis mil euros, o projecto conta com o apoio do Instituto de Socorros a Náufragos. O investimento envolve, numa primeira fase, a criação de 50 postos de trabalho, com expectativas para aumentar brevemente.

O lançamento oficial da invenção será feito no próximo mês de Novembro, em Lisboa, no âmbito do evento Volvo Ocean Race.

Jorge Noras, um empresário discreto, por opção, já se dedicava à produção de sistemas de propulsão para jet-skis e motas de água.

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