CP prevê gastar 26 milhões para rescindir contrato com 815 trabalhadores em 2011

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Mário Marques

A CP prevê gastar 26 milhões de euros para rescindir contrato com 815 trabalhadores em 2011, de acordo com o plano de actividade e orçamento da transportadora, o que dá uma média de 58,5 mil euros por pessoa.

De acordo com o documento, disponível na página do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) e entregue ao Governo a 30 de Novembro, a transportadora pretende rescindir 239 contratos de trabalhadores da CP, 468 na Empresa de Manutenção e Equipamento Ferroviário (EMEF) e 60 na CP Carga.

Na CP Lisboa, a transportadora pretende rescindir contrato com 14 trabalhadores, na CP Porto com três trabalhadores, na CP longo curso com 18 e na CP Regional com 58.

Na CP frota, as rescisões deverão abranger 25 trabalhadores, na CP serviços 87 e no centro corporativo 34.

Entre as suas participadas, a CP prevê rescindir contratos com três trabalhadores da Ecosaúde, com 32 da Fernave e com 13 da Fergráfica.

“O quadro de efectivos de 2011 será ajustado aos níveis de actividade, (...) no pressuposto de que será possível fazer rescisões por mútuo acordo no quadro da declaração do sector em situação económica difícil, de modo a permitir o acesso da generalidade dos trabalhadores dispensados ao subsídio de desemprego ou, se necessário, recorrer à extinção dos postos de trabalho com recurso aos mecanismos legais”, lê-se no plano de actividade e orçamento.

Segundo o documento, a CP faz “uma estimativa para custos com rescisões cujo quantitativo aponta para 26 milhões de euros”.

A empresa prevê gastar mais de metade do bolo previsto (14 milhões de euros) em rescisões dentro da própria empresa, onde deverão ser dispensados 239 trabalhadores.

É dentro da transportadora que a média do valor de rescisão a pagar também se revela mais elevado, que se ficará por cerca de 58,5 mil euros por cada trabalhador, segundo cálculos feitos pela agência Lusa.

A EMEF é de onde deverá sair mais de metade dos trabalhadores, prevendo a CP a rescisão com 468 trabalhadores e gastando cerca de nove milhões de euros, uma média de 19,2 mil euros por trabalhador.

Na CP Carga deverão sair 60 trabalhadores, gastando a empresa cerca de 2,3 milhões de euros com estas rescisões, dando a segunda média mais elevada de valor pago em rescisões por trabalhador, nos 38,3 mil euros.

Na Ecosaúde está prevista a rescisão com três trabalhadores (contando a CP gastar 60 mil euros no total), na Fernave com 32 trabalhadores (480 mil euros em rescisões), e com 13 trabalhadores na Fergráfica (160 mil euros).

De acordo com o plano de actividade e orçamento, “em 2009, o valor pago com rescisões foi de 7,1 milhões de euros. Estima-se que para 2010 o valor das rescisões seja de 4,8 milhões de euros”.

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