Conserveira Ramirez investe 18 milhões em nova fábrica em Matosinhos

Empresa tem 160 anos de actividade e ainda é gerida pela mesma família.

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Empresa de 160 anos produz 55 tipos de conservas diferentes Nelson garrido

A conserveira Ramirez lança na quarta-feira a primeira pedra da sua nova fábrica, em Lavra, Matosinhos, um investimento de 18 milhões de euros que permitirá duplicar a capacidade da actual unidade, anunciou hoje a empresa.

Em comunicado, a conserveira - que está a comemorar 160 anos de actividade – adianta que a nova fábrica, designada ‘Ramirez 1853’, será construída no lugar de Avilhoso, em Lavra, Matosinhos, dispondo de 20.000 metros quadrados de edifícios industriais e de uma área total de 40.000 metros quadrados.

A nova unidade permitirá duplicar a capacidade da actual fábrica, que é “a mais antiga do mundo em laboração no sector das conservas de peixe” e que, nos últimos anos, “tem absorvido 25% das descargas anuais de sardinha no porto de pesca de Matosinhos”.

Contudo, refere a Ramirez, actualmente esta unidade “já não permite o crescimento e a inovação desejados”.

Constituída em 1853, em Vila Real de Santo António, a Ramirez estabeleceu-se em Matosinhos no final de década de 1920 e fixou aí a sua sede em 1940, ainda antes da entrada em laboração da actual fábrica em Leça da Palmeira.

Actualmente, a gestão da conserveira está a cargo das 4.ª e 5.ª gerações da família fundadora, a Ramirez & Cª (Filhos), SA.

“A nossa história revela o sucesso de uma série de investimentos em períodos de adversidade. A ‘Ramirez 1853’ será uma estrutura industrial de vanguarda, com todas as especificações tecnológicas dos dias de hoje”, destaca a empresa.

Segundo o presidente do conselho de administração da Ramirez & Cª (Filhos), SA, Manuel Ramirez, a nova fábrica substituirá as atuais instalações, “diminuindo os custos operacionais e logísticos e favorecendo o recurso a novos equipamentos e a criação de novos produtos, dando continuidade à aposta na segurança alimentar e na inovação”.

Apoiada pelo PROMAR - Programa Operacional de Pescas, a nova fábrica da Ramirez foi considerada um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN).

Para Manuel Ramirez, este facto “permitiu acelerar os processos burocráticos do licenciamento, como aliás todos deveriam ser, para bem do investimento no país”.

Para além da actividade produtiva a desenvolver, a ‘Ramirez 1853’ pretende assumir-se como “um pilar do turismo industrial em Matosinhos” através do museu alusivo à sua história empresarial em Vila Real de Santo António, Olhão, Albufeira, Setúbal, Lisboa, Matosinhos e Peniche, bem como “uma plataforma de divulgação e degustação das mais diversas propostas de conservas de peixe”.

Agendada para as 11h, a cerimónia de lançamento da 1.ª pedra da ‘Ramirez 1853’ será presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, e pelas directora e sub-directora geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, Maria Teresa Bessa e Ana Rita Berenguer, respectivamente.

Na ocasião será ainda feita uma homenagem simbólica a todos os que colaboraram no planeamento da nova unidade industrial, com duas latas com o formato típico da indústria conserveira (onde serão inscritos os nomes da administração e dos colaboradores da Ramirez) a serem depositadas nos alicerces da nova estrutura fabril.

Com um total de 180 trabalhadores e unidades fabris em Matosinhos e Peniche, a Ramirez tem uma facturação anual de 30 milhões de euros, 64% dos quais resultantes da exportação para 50 mercados, e vende 45 milhões de latas/ano de um total de 55 referências de conservas de peixe.

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