Conheça os casos de salários polémicos no Estado

Para além do caso de António Domingues, os salários polémicos no Estado não são raros. Fernando Pinto na TAP, Sérgio Monteiro, no Novo Banco, Paulo Macedo na então Direcção-Geral das Contribuições e Impostos ou os aumentos na Autoridade Nacional de Aviação Civil são alguns desses casos

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António Domingues, da CGD Miguel Manso
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Fernando Pinto, da TAP Miguel Manso
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Paulo Macedo foi director-geral dos Impostos lm miguel manso
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Sérgio Monteiro, do fundo de resolução do Novo Banco daniel rocha

423 mil euros/ano 
Este é o salário que António Domingues vai auferir como presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, cargo para o qual foi nomeado pelo actual Governo.

No Parlamento, o ministro das Finanças, Mário Centeno, confirmou o valor e acrescentou que os vogais executivos vão receber 337 mil euros por ano. Estes números deixaram a esquerda em polvorosa, com Catarina Martins e dizer, em plenário da Assembleia da República e perante o primeiro-ministro, que os salários eram “simplesmente inaceitáveis” e que o assunto não estava encerrado.

16.075 euros/mês 
Os aumentos nos salários das entidades reguladoras causaram polémica no início deste ano, com destaque para o caso da Autoridade Nacional da Aviação Civil, que passou a pagar 16.075 euros ao presidente - um valor 150% mais alto do que a remuneração que auferia antes de este supervisor, que tem na origem o Instituto Nacional da Aviação Civil, ter sido criado. Com a transformação em entidade reguladora, a ANAC passou a seguir novas regras que determinam que os salários são fixados por uma comissão de vencimentos. E é por isso que, além da ANAC, há outras situações semelhantes. Também na Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que antes não existia, o ordenado do presidente ronda os 16 mil euros.

30 mil euros/mês
Menos de um mês depois de Sérgio Monteiro ter tomado posse como gestor do Fundo de Resolução do Novo Banco, o PÚBLICO revelou que o salário do ex-secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações rondaria os 30 mil euros mensais brutos (incluindo os encargos adicionais assumidos pelo supervisor). Apesar de ser suportado pelos bancos que financiam o Fundo de Resolução, o vencimento terá reflexo no défice, acrescentou, mais tarde, o Jornal Económico. O contrato de Sérgio Monteiro pressupõe que o ex-governante disponha de 12 meses, a contar de 1 de Novembro de 2015, para finalizar a venda do banco.

816 mil euros/ano
Em 2009, Fernando Pinto consolidou a fama de gestor público mais bem pago de todo o sempre. De acordo com a declaração de rendimentos do presidente do conselho de administração da TAP depositada no Tribunal Constitucional, o valor da sua remuneração do ano anterior ultrapassara os 816 mil euros. Dois anos mais tarde, o CDS divulgou os dados de um estudo sobre salários no sector empresarial do Estado no qual se podia ler, por exemplo, que em 2009 Fernando Pinto havia recebido 55,7 anos de salário médio de cada português e mais do dobro do que recebera Barack Obama como presidente dos EUA. 

23.480 euros/mês
Antes de ter sido ministro da Saúde de Pedro Passos Coelho, Paulo Macedo foi director-geral dos Impostos, nomeado por Manuela Ferreira Leite. Mais do que a nomeação de um gestor bancário para a mais importante pasta do fisco, o que originou fortes polémicas, na altura, foi o seu salário: 23.480 euros mensais. Aos críticos, Paulo Macedo respondeu quando estava de saída do cargo. “O erro estará ao nível do salário do primeiro-ministro, do Presidente da República, dos deputados”, disse em entrevista ao Expresso.

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