Comissões de utentes consideram descontos "insuficientes"

Utentes da A22, A23, A24 e A25 tencionam agendar vários protestos para reclamar a abolição das portagens

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Os automobilistas podem pagar as portagens adquirindo os dispositivos electrónicos nos CTT ou através da Via Verde, ou pagar após cada passagem Foto: Nelson Garrido

As comissões de utentes das auto-estradas que vão beneficiar de desconto de 15% nas tarifas de portagens a partir de 1 de Agosto, uma medida integrada no Plano de Mobilidade para o Interior que vai ser apresentado pelo Governo esta quarta feira, consideram que a medida é “claramente insuficiente” e algumas voltam a apelar para o fim da cobrança de portagens e a reposição do estatuto em que foram construídas “sem custos para o utilizador”.<_o3a_p>

É o caso da Comissão de Utentes da A23, A24 e da A25, as três antigas Scut que atravessam o interior do país, respectivamente entre Torres Novas e Guarda, entre Viseu e a fronteira de Vila Verde de Raia, em Chaves, e entre Aveiro e Vilar Formoso. Francisco Almeida, que representa esta Comissão de Utentes, defende que o fim das portagens como única alternativa para aquelas regiões.<_o3a_p>

"Nós temos uma posição desde o início, que não é do tempo deste Governo (...). Desde essa altura, que a comissão de utentes contra as portagens tem uma posição muito clara: estas auto-estradas que não têm nenhuma alternativa, até porque nalguns casos foram construídas em cima dos antigos IP'S [Itinerários Principais] e, por isso, não devem ser pagas", disse Francisco Almeida, citado pela Lusa. As alternativas, recorda este utente, são estradas nacionais que atravessam mesmo os centros das cidades, como a de Lamego, e onde é proibido circularem camiões. "Posto isto, a nossa posição é muito clara: Não haver portagens. Agora vem o Governo reduzir o valor das portagens. Seria uma parvoíce da nossa parte dizer que não é positivo, mas o que podemos dizer é que é francamente insuficiente, sobretudo se tivermos em conta que as portagens na A25 são superiores às da A1", declarou. Francisco Almeida disse ainda que a Comissão de Utentes vai decidir em breve eventuais protestos contra as portagens naquelas vias.<_o3a_p>

Também a Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) está já a dinamizar protestos, estando o primeiro agendado para o próximo sábado, dia 22. “Não era isto que esperávamos. Esperávamos pelo menos 50%. Portanto, este aumento é claramente insuficiente e não vai trazer alterações, porque 15% não é nada", disse à agência José Domingos, da Comissão de Utentes da Via do Infante (A22).<_o3a_p>

O protesto marcado para este sábado às 17h00 começa no Moto Clube do Guadiana, em Vila Real de Santo António, e termina em Cabanas de Tavira. “Temos ainda vários protestos na calha e, quando o primeiro-ministro vier de férias para o Algarve, tencionamos manifestar-nos frente à sua residência", adiantou José Domingos.  Na sequência deste anúncio, José Domingos aconselhou ainda as pessoas a usarem a Estrada Nacional 125, que "está em melhor estado que a A22 e é gratuita".<_o3a_p>

Também a Comissão de Utentes da A29 (que liga Aveiro ao Porto) defendeu hoje que a única solução para as antigas SCUT é a abolição das portagens e não descontos de 15% como os anunciados terça-feira pelo Governo. "Entendemos que a única solução é a abolição total da cobrança de portagens nestas vias, ou seja, a reposição da justiça naquilo que tem sido todo este processo de atropelo e desinteresse pelas expectativas que foram criadas às populações", disse à agência Lusa Nuno Vieira, da Comissão de Utentes da A29. A A29 não integra o lote de estradas que vai beneficiar destes descontos.<_o3a_p>

O executivo aponta critérios de convergência económica e coesão territorial para justificar os descontos nas portagens nas auto-estradas do interior.  Os descontos estendem-se à auto-estrada A4, denominada Transmontana, entre Amarante e Quintanilha (Bragança), mas deixa de fora o troço daquela via entre Matosinhos (Porto) e Amarante. Ainda na A4, no Túnel do Marão, recentemente inaugurado, o preço praticado já abrange os 15% de desconto, esclarece o Governo.<_o3a_p>

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