Citigroup diz que juiz de Nova-Iorque suspendeu compra do Wachovia pelo Wells Fargo

Foto
O negócio entre o Citigroup e o Wachovia vai ter agora de esperar Toru Hanai/Reuters

O banco norte-americano Citigroup anunciou hoje que um juiz de Nova Iorque ordenou a suspensão "até nova ordem" da operação de fusão entre os seus concorrentes Wachovia e Wells Fargo.

O juiz Charles Ramos, do Supremo Tribunal do Estado de Nova Iorque, decidiu prolongar "até nova ordem" o acordo que dava ao Citigroup a exclusividade para negociar com o Wachovia, indica um comunicado divulgado hoje de madrugada pelo Citigroup.

Na sexta-feira, o banco Wells Fargo tinha anunciado um acordo para a compra da totalidade das actividades do Wachovia.

Quatro dias antes, face à pressão das autoridades norte-americanas que temiam a falência do Wachovia, o banco tinha aceitado vender as suas actividades bancárias ao Citigroup.

Logo após saber do acordo com o Wells Fargo, o grupo financeiro Citigroup considerou que o negócio de compra do Wachovia violava os seus direitos de exclusividade de aquisição.

"O acordo do Wachovia para uma transacção com o Wells Fargo é uma clara violação do acordo de exclusividade entre o Citi e o Wachovia", acusou o Citigroup numa declaração em que apela às duas entidades bancárias para terminarem o seu negócio.

O banco norte-americano Wells Fargo anunciou a compra do Wachovia por 15,1 mil milhões de dólares em acções, superando uma oferta anterior do Citigroup que apenas previa a compra de certas actividades.

O Wells Fargo e o Wachovia "assinaram um acordo definitivo para a fusão das duas companhias" por cerca de 10,8 mil milhões de euros em acções, sem qualquer assistência do Governo, indicou a Wells Fargo num comunicado.

Este acordo, aprovado unanimemente pelos conselhos de administração dos dois bancos, diz respeito "a todas as operações bancárias" e "não requer ajuda financeira do Federal Deposit Insurance", agência federal norte-americano que garante os depósitos bancários, indicava ainda o comunicado.

O Wachovia estava a negociar uma fusão com o gigante Citigroup, já que enfrentava uma situação de quase colapso no preço das suas acções devido à crise financeira.

Na segunda-feira o Citigroup, maior banco dos EUA em termos de activos, anunciou ter chegado a acordo para a compra do Wachovia, a quarta maior instituição norte-americano por activos.

Mediante esse acordo, o Citigroup iria absorver perdas de até 42 mil milhões de dólares (29,3 mil milhões de euros) do conjunto de 312 mil milhões de dólares dos créditos do Wachovia, segundo um comunicado emitido pelo Federal Deposit Insurance.

A decisão do juiz Charles Ramos exige ao Citigroup e ao Wachovia que se apresentem ao tribunal a 10 de Outubro.

Sugerir correcção
Comentar