CGD deixa de pagar subsídios de refeições durante período de férias

Administração justifica decisão com o cumprimento do Acordo da Empresa. O representante dos trabalhadores afirma que "estão a tirar um direito adquirido e de uso".

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PAULO PIMENTA

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai deixar de pagar aos trabalhadores o subsídio de refeição durante os dias de férias, de acordo com uma nota interna, disse à Lusa esta quinta-feira o coordenador da Comissão de Trabalhadores.

Segundo Jorge Canadelo, a administração justificou esta decisão com o “cumprimento rigoroso do Acordo de Empresa”, que refere que o subsídio de refeição é pago nos dias de serviço efectivo. O pagamento do subsídio de alimentação não é obrigatório por lei, mas resulta da aplicação dos acordos colectivos ou de acordos de empresa. Em geral, na maioria das empresas, só é pago por dias de trabalho efectivamente prestados.

Apesar disso, Jorge Candelo afirma que há mais de 40 anos que a CGD acordou com as estruturas representativas dos funcionários pagar subsídio de refeição mesmo em férias, considerando que esta mudança significa desrespeitar "unilateralmente um compromisso ético na área laboral”.

O coordenador da Comissão de Trabalhadores, referiu ainda que mesmo que esta medida não parece consonante com o facto de a administração da CGD necessitar do apoio dos trabalhadores para executar o plano de reestruturação do banco público: “Não está um clima social favorável”, acrescentou.

O representante dos trabalhadores explicou que esse acordo foi feito, há mais de 40 anos, para “agilizar o processamento dos subsídios de refeição”, tendo sido acordado que a CGD paga 21 dias de subsídio por mês (uma média acordada entre as partes) e em contrapartida paga o subsídio mesmo nos dias de férias.

“Para nós, estão a tirar um direito adquirido e de uso. Vamos falar com os sindicatos no sentido, se CGD não retroceder, de podermos levar para efeitos jurídico esta questão para que um juiz se pronuncie”, afirmou.

Jorge Canadelo referiu ainda que esta medida pode criar uma “desigualdade” face a trabalhadores que no ano passado não gozaram as férias todas, muitas vezes a pedido da empresa, e que ainda não gozaram este ano e que agora serão prejudicados.

A Lusa contactou fonte oficial do Grupo Caixa sobre o tema, mas ainda não obteve resposta.

De acordo com a revista Sábado, que avançou esta quinta-feira com a notícia, o valor do subsídio de refeição da CGD é de cerca de 11 euros diários.

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