Cerca de 80 trabalhadores dos estaleiros de Viana já aceitaram acordo para rescisão amigável

População e trabalhadores voltam a sair à rua, nesta sexta-feira, em defesa da empresa naval.

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Subconcessão dos ENV implica despedimento de 609 trabalhadores Paulo Pimenta

Cerca de 80 trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) já aceitaram o acordo de rescisão dos contratos. Uma fonte da administração da empresa adiantou o número à agência Lusa, esclarecendo que os processos poderão estar concluídos até ao início da próxima semana.

As indemnizações a pagar aos 609 trabalhadores dos ENVC ascendem aos 6,2 milhões de euros (variam entre os seis mil e os 200 mil euros por funcionário). Até quinta-feira, ao final do dia, cerca de 80 pessoas manifestaram aos recursos humanos a intenção de terminar contratos de trabalho.

Rui Vicente Ferreira, presidente da Empresa Portuguesa de Defesa (Empordef), já afirmou querer evitar um despedimento colectivo e apela à negociação. Contudo, trabalhadores e população saem de novo à rua nesta sexta-feira em defesa da sobrevivência da empresa. Esta acção de luta, a sétima desde que foi anunciado o processo de subconcessão, é uma forma de pedir “ao Governo de Portugal, ao senhor primeiro-ministro, que olhe para os estaleiros com outros olhos e que pare este processo da subconcessão”.

António Costa, da comissão de trabalhadores, acredita que ainda há tempo para travar a operação, e apelou à participação no protesto de antigos e actuais funcionários, familiares e população. Em declarações anteriores ao PÚBLICO, manifestou-se confiante de que será “a maior manifestação de sempre”.

Os trabalhadores da Câmara Municipal de Viana do Castelo e dos Serviços Municipalizados vão ter tolerância de ponto a partir das 14h30 para poderem participar na manifestação, que começa às 16h00.

Esta semana foi publicada em Diário da República a declaração de “situação económica difícil” dos ENVC, que abre portas aos despedimentos e autoriza a “adopção de medidas de gestão que se revelem necessárias e indispensáveis” à “organização dos recursos humanos e eventual redução de efectivos”.

Em Janeiro, o grupo Martifer vai assumir a subconcessão dos terrenos, infra-estruturas e equipamentos e pagará ao Estado uma renda anual de 415 mil euros até 2031.

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