Católica revê em alta crescimento e aponta agora para 2,7%

Contudo, a entidade alerta que a previsão "está envolta num grau de incerteza considerável devido a efeitos combinados de calendário, deflactores e variação de existências que dificultam uma leitura mais precisa dos dados do primeiro trimestre".

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rita chantre

A Universidade Católica espera, segundo uma análise divulgada esta quarta-feira, que a economia portuguesa cresça 2,7% em 2017, uma subida de 0,3 pontos percentuais face à previsão de Abril ancorada em três "factores favoráveis".

O "crescimento mais forte da economia na zona euro, os efeitos desfasados da política orçamental do ano passado e, ainda, os sinais claros de recuperação cíclica da economia portuguesa" são os elementos que justificam a revisão em alta do crescimento na síntese de conjuntura trimestral publicada pelo Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica.

Contudo, a entidade alerta que a previsão "está envolta num grau de incerteza considerável devido a efeitos combinados de calendário, deflactores e variação de existências que dificultam uma leitura mais precisa dos dados do primeiro trimestre", isto é, dos números entre Janeiro e Março deste ano.

A "melhor estimativa" do NECEP é de um crescimento em cadeia de 0,7% (3,3% em termos homólogos) no segundo trimestre do ano.

"De facto, a economia portuguesa parece estar a atravessar um período de inequívoca recuperação cíclica, agora também visível no investimento. O produto trimestral pode regressar aos níveis de 2010 no final do corrente ano. Porém, o investimento está ainda cerca de 30% abaixo dos níveis desse ano, pelo que será necessário observar uma sequência mais forte e longa de crescimento nessa variável para assegurar a solidez económica da actual recuperação", indica a Católica.

Em Junho, o Banco de Portugal (BdP) reviu em alta a projecção de crescimento da economia portuguesa entre 2017 e 2019, esperando agora que cresça 2,5% este ano, mas continuando a antecipar uma desaceleração nos dois anos seguintes.

No Programa de Estabilidade apresentado em Abril, o Governo antecipou um crescimento de 1,8% este ano, mas o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse, posteriormente, em entrevista à Reuters que poderá ficar acima dos 2%.

Para 2018, a estimativa oficial é de um crescimento de 1,9% do PIB, que deverá chegar aos 2% no ano seguinte, segundo o Programa de Estabilidade.

Estes números apontam também para que o PIB cresça a um ritmo superior ao da área do euro e ao registado desde o início da recuperação económica, com o BdP a antecipar que, em 2019, o nível do PIB supere o observado em 2008, antes da crise financeira global.

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