Casa do Azeite diz que há contrafacção no Brasil "há dezenas de anos"

Associação brasileira de consumidores denunciou falsificação de azeite português

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Cerca de 40% das exportações de azeite embalado têm o Brasil como destino Enric Vives Rubio

A secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos, afirmou nesta quarta-feira que existem 41 marcas habilitadas a exportar para o Brasil, apelando aos consumidores para estarem atentos ao selo de origem. O alerta surge na sequência das falsificações detectadas no mercado brasileiro.

A denúncia partiu da associação de consumidores Proteste Brasil, que testou 20 marcas de azeite extra virgem e descobriu três marcas de azeite alegadamente português que violam a lei: Beirão, Figueira da Foz e Tradição.

De acordo com a TSF, que avançou com a notícia, duas marcas são falsificações obtidas a partir da mistura de óleos vegetais (Tradição e Figueira da Foz), enquanto a outra é azeite virgem vendido como extra virgem (Beirão). As marcas falsificadas dizem no rótulo que se trata de "azeite português", mas são engarrafadas no Brasil e podem ter outra origem.

"Utilizam esse símbolo num produto que nem é português, nem é azeite, e isso tem feito um dano enorme à imagem do azeite português", sublinha a secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos, adiantando que o caso não é inédito: "Isto não é uma coisa nova, há dezenas de anos que há contrafacção [de azeite português] no Brasil". Apesar de a situação ter vindo a melhorar, este ano terá havido um aumento dos casos de contrafacção, o que Mariana Matos atribui a uma "conjuntura em que os preços são elevados" e "o crime compensa mais".

A Casa do Azeite tem um programa de controlo de genuinidade dos azeites portugueses que usam a marca nacional no Brasil (um escudo que é colocado nas embalagens) e tem 41 marcas licenciadas para aquele mercado, mas a secretária-geral da associação lembra que há outras marcas que usam "símbolos que remetem para Portugal e confundem o consumidor". Mariana Matos aconselha ainda os consumidores a estarem atentos ao preço, já que o azeite "é um produto relativamente dispendioso no Brasil", sendo de desconfiar "se for uma oferta muito barata".

O Brasil é o mercado mais importante para as exportações portuguesas de azeite embalado, absorvendo 40% do total. A Casa do Azeite congrega cerca de 50 empresas que representam aproximadamente 85% do mercado nacional.

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