Cartões com tecnologia contactless movimentaram 73 milhões de euros

Um terço dos cartões activos em Portugal tem tecnologia que dispensa utilização do código secreto, mas só há 21 mil terminais capazes de aceitá-la.

Foto
Em regra, em Portugal, os pagamentos contactless são usados em pagamentos inferiores a 20 euros Público

Os cartões de pagamento com tecnologia de leitura por aproximação, os cartões contactless, foram utilizados em 5,7 milhões de operações de pagamento no ano passado, em Portugal, e movimentaram 73,6 milhões de euros. Os dados são do relatório dos sistemas de pagamento do Banco de Portugal, relativo a 2015 e divulgado este quinta-feira, e mostram que esta tecnologia ainda tem pouca expressão no total dos pagamentos automáticos.

Embora o crescimento dos pagamentos contactless tenha sido de 900% face a 2014, quer em valor, quer em número, o peso destas operações não foi além dos 0,2% (valor) e 0,7% (volume) no total efectuado no ano passado.

Algo que poderá explicar-se, em parte, pelo reduzido número de terminais de pagamento automático (TPA) que estão equipados com esta tecnologia - que permite realizar operações de pagamento através da aproximação do cartão, sem necessidade de introduzir o código secreto.

É que apesar de um terço dos cartões activos em Portugal (34%, ou 6,8 milhões, segundo o relatório do Banco de Portugal) terem utilização contactless, só 7% do total dos TPA estava preparado para ela. Ou seja, cerca de 21.100 terminais, num universo de quase 300 mil.

Por isso, apesar de notar que as redes de pagamentos (como a Visa, a Mastercard, ou a American Express, por exemplo) “têm investido na disseminação destes cartões” em Portugal nos últimos anos, o supervisor financeiro diz que “há ainda um longo caminho a percorrer” no que diz respeito à sua aceitação por parte dos comerciantes.

Não obstante a “rapidez”, a “facilidade de utilização” e a “segurança associadas a esta tecnologia”, o Banco de Portugal recorda que a modalidade de pagamentos contactless tem algumas limitações, associadas às regras definidas pela rede emissora para “limitar o risco associado à [sua] utilização”.

“Em regra, em Portugal o cliente bancário apenas pode efectuar o pagamento contactless sem inserir o PIN do cartão se o valor da transacção for inferior a 20 euros e se ainda não tiver sido atingido o valor global de 60 euros”, refere o relatório sobre sistemas de pagamento.

Quando estes limites são ultrapassados, “o cliente só pode voltar a efectuar pagamentos contactless depois de realizar uma nova operação [seja num TPA ou numa caixa automática] com inserção do respectivo PIN”.

Nesta análise o Banco de Portugal assinala ainda o “desenvolvimento muito significativo no domínio das soluções inovadoras nos pagamentos de retalho” verificado em 2015. A nível nacional, o supervisor destaca o lançamento, pela SIBS, da solução MB Way, destinada a efectuar pagamentos e transferências através do smartphone ou do tablet.

A nível internacional, o Banco de Portugal recorda que O Euro Retail Payments Board (ERPB) deu início aos trabalhos para a “implementação de, pelo menos, uma solução pan-europeia de pagamentos instantâneos até ao final de 2017”.

Sugerir correcção
Comentar