Carne de porco portuguesa chega à Colômbia

Abertura do mercado poderá ajudar suinicultores a escoar produção. Negociações com a China em curso.

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Suinicultores têm tido dificuldade em escoar produção Rui Gaudêncio

Os produtores de carne de porco vão poder exportar para a Colômbia, depois de anos de negociação para a abertura deste mercado. O anúncio foi feito nesta quarta-feira por Capoulas Santos, ministro da Agricultura, que também está a negociar a abertura de portas na China.

Este ano, a Colômbia também já se abriu à pêra rocha portuguesa e aos lacticínios. No caso da pêra, entre os países da União Europeia apenas Espanha, França e Itália tinham até agora autorização para exportar para aquele país, com 48,5 milhões de consumidores.

Para os suinicultores, esta é mais uma oportunidade para escoarem produção, numa altura em que os preços da carne de porco se mantêm baixos e os pedidos de mais apoio continuam a marcar a agenda. Em declarações à Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultura (FPAS), Vítor Menino, congratulou-se com a entrada na Colômbia.

"Temos de ter portas abertas para fazer face à concentração da procura em Portugal, e a Colômbia é estratégica. É um país que está muito bem colocado e onde o nível de vida permite negócios fundamentais", sublinhou o dirigente. Na América do Sul, também a Venezuela recebe carne de porco portuguesa, mas as dificuldades económicas do país são um obstáculo às exportações. “A Venezuela está com problemas graves. A Colômbia não, é um país estável", disse Vítor Menino.

O embargo russo é apontado como a principal causa para a crise que se vive nas explorações pecuárias. Sem exportações para aquele mercado, sobretudo originárias de grande produtores como a Alemanha e os países do Norte, há excesso de oferta de carne de porco na União Europeia. Espanha tornou-se no maior produtos europeu e, pela sua proximidade a Portugal, também influencia de forma determinante os preços que se praticam.

Numa tentativa de diversificar mercados, fora da UE, também estão em curso negociações para a entrada de carne de porco e fruta na China. De visita a Portugal, o vice-ministro da Agricultura chinês, Bi Meijia, adiantou que vai celebrar um memorando de entendimento na área da agricultura. De acordo com a Lusa, falta ainda completar o dossiê que permitirá a exportação destes produtos, nomeadamente o licenciamento por parte das autoridades sanitárias chinesas, que funcionam de forma autónoma do ministério chinês da Agricultura.

"Não posso falar em concreto sobre os processos que estão pendentes porque são duas entidades separadas", disse Bi Meijia, acrescentando que a reunião que manteve nesta quarta-feira de manhã com o ministro da Agricultura português foi "muito positiva".

Por seu lado, Capoulas Santos, sublinhou que a China é um mercado “muito importante para os agricultores e para os consumidores e tem um enorme potencial de crescimento”. Há "todas as condições para aprofundar a relação entre os dois países", disse, adiantamento que já recebeu um convite para visitar a China.

Portugal exporta sobretudo vinho, conservas, fruta, legumes e flores para o país mais populoso do mundo.

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